Crédito imobiliário triplica em cinco anos
O crédito para a compra da casa própria alcançou R$205,8
bilhões em janeiro, de acordo com o Banco Central (BC). Em relação ao total da
economia brasileira, a proporção mais do que triplicou em cinco anos, chegando
a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Do total de crédito habitacional, a maior
parte (R$ 191,3 bilhões) correspondem a créditos direcionados - operações com
recursos do governo, como o programa Minha Casa, Minha Vida, ou da parcela que
os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central e que têm juros mais
baixos. Os R$ 14,5 bilhões restantes têm origem em operações com recursos
livres.
No mês passado, o volume do crédito habitacional, que inclui
recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS), apresentou uma alta de 2,7% em relação a dezembro de 2011 e de 44,5% em
12 meses. “Em janeiro de 2007, o crédito habitacional correspondia a 1,5% do
PIB. Em janeiro de 2011, esse total era 3,7%”, comparou o chefe do Departamento
Econômico do BC, Tulio Maciel.
Caixa
A Caixa Econômica Federal já contratou, em 2012, mais de R$
12 bilhões em crédito imobiliário, o que representa um crescimento 30,5% ao
contratado no mesmo do período do ano passado, quando emprestou cerca de R$ 8,7
bilhões. No mês passado, a Caixa aplicou na habitação R$ 2,7 bilhões dos
recursos da poupança, aumentando de 32,3% para 46,5% a sua participação no
mercado imobiliário nesta modalidade. O crescimento é de 54% em relação ao
mesmo período de 2011.
A expectativa da Caixa em 2012 é de ultrapassar R$ 90
bilhões de financiamento em crédito imobiliário.
Em 2011, a carteira imobiliária da Caixa apresentou saldo de
R$ 152,9 bilhões, aumento de 41,1% em relação ao registrado no ano anterior.
Foram liberados R$ 80,1 bilhões para habitação, valor 5,5% superior ao
contratado em 2010. Os financiamentos tiveram crescimento de 15,7% no total de
R$ 67,8 bilhões, dos quais R$ 36,4 bilhões foram realizados com recursos da
poupança e R$ 31,3 bilhões com linhas que utilizam o FGTS. Além disso, foram
destinados R$ 7,5 bilhões para subsídios e R$ 4,9 bilhões em arrendamentos
residenciais e repasses.
Janeiro
O volume total de crédito do sistema financeiro, de acordo
com o BC, consideradas as operações com recursos livres e direcionados (como o
habitacional), alcançou R$ 2 trilhões em janeiro, registrando retração de 0,2%
no mês e expansão de 18,4% em doze meses. Com esse resultado, a relação entre o
crédito e o PIB foi de 48,8%. No mês anterior, eram 49,1% e, em janeiro de
2011, a proporção era de 45%.
De acordo com o BC, essa redução em janeiro reflete a menor
demanda por parte do setor produtivo. Os empréstimos contratados pelas famílias
apresentaram moderado crescimento, concentrado em modalidades como crédito
pessoal, cheque especial e cartão de crédito, em função dos compromissos
financeiros e tributários no início do ano.
As operações de crédito com recursos livres totalizaram
R$1.303 bilhões em janeiro, apresentando redução de 0,2 pontos percentuais
(p.p.) no mês e elevação de 16,6% em doze meses. O desempenho mensal esteve
associado à retração de 1,2% na carteira de pessoas jurídicas, saldo de R$646,3
bilhões, compensada parcialmente pelo aumento de 0,8% nos créditos para pessoas
físicas, que somaram R$656,6 bilhões.
A parcela de crédito direcionado correspondeu a R$723,6
bilhões, revelando recuo mensal de 0,1% e elevação de 21,6% em relação a
janeiro do ano anterior.
Fonte: Redação Info Imoveis