sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Valorização foi o que mais enriqueceu fundos imobiliários Valorização das cotas foi o que mais gerou aumento no patrimônio desses fundos no 1º semestre, mas momento de expansão de preços de alguns mercados corporativos já passou


Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini
Mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo já deve ver saturação no ano que vem
São Paulo – Os Fundos de Investimento Imobiliários (FII) apresentaram aumento de 11,2 bilhões de reais em seu patrimônio líquido no primeiro semestre de 2012, sendo que apenas 3,8 bilhões de reais representam o valor de captação. De acordo com pesquisa semestral da consultoria Colliers International Brasil, a diferença foi determinada pela valorização das cotas dos fundos, que geraram, portanto, um aumento de 7,4 bilhões de reais no patrimônio líquido desses fundos,o o que corresponde a quase 65% do ganho.
“Esse bom resultado serve para ratificar a qualidade na gestão das carteiras da grande maioria desses fundos, bem como o bom momento vivido até então pelo mercado imobiliário brasileiro”, diz o estudo. O volume de ofertas de novos FII registrados na CVM no primeiro semestre foi de 4,97 bilhões de reais, um total de 20 fundos, dos quais 16 já entraram em operação.
Mas esse bom momento do mercado imobiliário não deve se manter daqui para a frente, de acordo com o estudo da Colliers, o que poderia, em tese, impactar os resultados futuros dos fundos imobiliários que investem nos mercados que começam a perder fôlego. Fundos imobiliários em geral investem em imóveis corporativos (lajes corporativas, escritórios, galpões industriais, shopping centers e assim por diante), em vez de imóveis residenciais.
Escritórios não devem mais ver grandes altas nos preços
Um dos mercados que já mostra sinais de desaceleração, segundo a Colliers, é o mercado de escritórios de alto padrão (em edifícios triple A) em São Paulo, capital. De acordo com o estudo, o desaquecimento econômico está levando as empresas a reavaliarem seus planos de investimento, reduzindo a velocidade na tomada de decisões e aumentando a cautela nos gastos.
Por isso, a Colliers estima uma desaceleração na demanda por novos espaços de escritório, com consequente interrupção na continuidade da alta dos preços. O estudo indica que, com isso, os preços vão passar por um período de estabilidade, e até de leve redução. O mercado deve atingir, já em 2013, o estágio de superoferta.
Já no Rio de Janeiro, a falta de espaços disponíveis e os eventos esportivos que a cidade vai sediar adiam a chegada do estágio de superoferta ao mercado de escritórios, diz a Colliers. Ainda assim, em função do momento econômico, o mercado carioca já tem uma velocidade de absorção menor, com consequente desaceleração no ritmo de aumento ou mesmo estabilidade de preços. Este mercado só deve atingir a superoferta em 2015.
Condomínios industriais ainda brilharão no estado do Rio
Outro mercado que está atingindo a saturação, segundo a Colliers, é o de condomínios industriais no estado de São Paulo. Esse mercado viu redução do ritmo de absorção durante o segundo e parte do terceiro trimestre. Para os próximos anos, diz o estudo, existe a possibilidade de superoferta em algumas regiões do estado, devido à quantidade de entregas informadas pelos incorporadores, notadamente na região metropolitana de Campinas. Para o estado como um todo, a superoferta está prevista para 2015.
O estado do Rio de Janeiro, por sua vez, manterá forte impulso na demanda por condomínios industriais, principalmente devido à construção do Arco Metropolitano, devendo alcançar o estágio de superoferta apenas em 2016. Ou seja, até lá, os preços deste mercado devem continuar em alta.

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