quinta-feira, 29 de dezembro de 2011


Construção civil projeta alta de 5% em 2012

Estimativa do SindusCon/SP é de expansão maior do que em 2011, quando vai registrar 4,8%com influência do Minha Casa
Em 2011, o setor da construção civil deve crescer 4,8%, segundo estimativas do Sindicato da Construção (SindusCon/ SP). Para 2012, a previsão é de um avanço de 5,2%. De acordo com Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP, o desempenho da construção civil em 2011 tem muita influência do Programa Minha Casa, Minha Vida 1, já que mais da metade de um total de um milhão de habitações contratadas na primeira fase do programa está em execução. "A contribuição do Minha Casa 1 ainda surte efeito no nível de atividade da construção civil neste ano e alguma coisa vai passar para 2012", afirma Watanabe.
João Robusti, vice-presidente do SindusCon/ SP, estima que cerca de um quarto do crescimento experimentado pelo setor neste ano deve-se ao programa.
No entanto, tanto Robusti quanto Watanabe observam que a segunda fase do Minha Casa, Minha Vida não deslanchou como o esperado este ano. A meta do programa, lançado em junho pela presidenta Dilma Rousseff, é contratar 2 milhões de moradias entre 2011 e 2014, ou seja, 500 mil unidades habitacionais por ano. "Até outubro, o Minha Casa 2 contratou cerca de 317 mil e, embora ainda haja novembro e dezembro para considerar na contabilidade, não vai chegar a 500 mil", prevê Watanabe.
Gargalo está na faixa 1 Robusti calcula que o programa deve encerrar o ano com aproximadamente 400 mil unidades contratadas, a maioria nas faixas 2 e 3 do programa-voltadas para famílias em áreas urbanas com renda mensal, respectivamente, de até R$ 3,1 mil e de até R$ 5 mil. A faixa 1 é para famílias em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 1,6 mil. O valor máximo do imóvel varia em função da faixa e da localização.
"O Minha Casa, Minha Vida 2 nasceu com um problema. Os valores que o governo estabeleceu para as três faixas, especialmente para a número 1, não atendem as regiões metropolitanas do Brasil, onde está a maior parcela do déficit habitacional do país. No interior, a faixa 1 tem sido viabilizada, mas o déficit habitacional está nas regiões metropolitanas", afirma Watanabe. Além disso, acrescenta Robusti, o andamento do programa também foi comprometido pela demora em definir o valor máximo dos imóveis atendidos pela faixa 1, o que só ocorreu em agosto.
Mais exigências As residências do Minha Casa, Minha Vida 2 trazem mais exigências, como azulejos em todas as paredes da cozinha e do banheiro, piso cerâmico em todos os cômodos e energia solar para aquecimento de água. Além disso, a área construída das casas passou de 35 metros quadrados para 39,6 metros quadrados.
No caso de apartamentos, a ampliação foi de 42 metros quadrados para 45,5 metros quadrados.
Janelas e portas também são maiores.
"O realinhamento de valores foi insuficiente, devido ao próprio valor de inflação, custos e mão de obra. Além disso, houve uma série de exigências adicionais para as unidades habitacionais da segunda fase do Minha Casa, Minha Vida", diz João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação- SP (Secovi/SP). "É consenso que as contratações na faixa 1 diminuíram muito." Para Robusti, o valor teto da faixa 1 deveria ser reajustado para entre R$ 75 mil e R$ 78 mil, considerando que os custos do setor de construção subiram cerca de 6% em 2011. "São Paulo tem um programa para aportar mais R$ 20 mil em cima dos R$ 65 mil, e aí começa a viabilizar", diz Robusti, referindo-se a iniciativas de estados e municípios, que podem também doar terrenos para as obras.
E a expectativa do vice-presidente do SindusCom-SP é de que haja uma revisão do valor em 2012. "Se os R$ 65 mil forem mantidos, o programa dificilmente será cumprido. Para as faixas 2 e 3, os valores são razoáveis." Crestana, do Secovi, observa ainda que parte da redução de ritmo do Minha Casa, Minha Vida neste ano deve-se a limitações estruturais do próprio governo. "A máquina que opera o programa já contratou um milhão de moradias e tem que operar o financiamento e a distribução dessas residências.
A mão de obra é mais ou menos a mesma, então, há sobrecarga na Caixa Econômica Federal, em cartórios, em prefeituras, em órgãos que concedem aprovações ambientais, enfim, em toda a estrutura produtiva", diz o presidente do Secovi. Muitos dos projetos são de grande porte como mais de mil habitações.
A Brookfield, por exemplo, está construindo 10 mil habitações em área de 5 milhões de metros.

Fonte:Brasil Econômico, Fabiana Monte

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