Alta na venda dos imóveis é pontual, dizem especialistas do setor

A alta nas vendas e no número de unidades lançadas nos primeiros quatro meses do ano em relação ao mesmo período de 2012 na cidade de São Paulo é pontual, segundo especialistas do setor imobiliário.

De acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira (11) pelo Secovi-SP, foram comercializadas 10.350 unidades no primeiro quadrimestre deste ano, alta de 39,7% ante o mesmo período do ano passado.

Apesar de uma redução de 14,7% ante março, o volume de vendas de abril, de 3.488 unidades, foi o maior volume para o mês desde 2004, quando a pesquisa passou a ter a metodologia atual.

O total de unidades lançadas também subiu. Passou para 8.037, alta de 51%, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio). O preço do metro quadrado acompanhou o movimento, com elevação de 22% no primeiro quadrimestre deste ano, para R$ 7.982.

PONTUAL

Apesar do crescimento nas vendas, Luiz Paulo Pompeia, presidente da Embraesp, diz que o resultado não deve ter continuidade. "Os juros subiram, a inflação está alta, o que atrai menos os compradores."

Segundo ele, boa parte das pessoas que adquiriram imóveis deve ter sido formada por "investidores desavisados" da situação do mercado, que exigiria cautela.

João da Rocha Lima Jr., coordenador do núcleo de mercado imobiliário da Poli-USP (Escola Politécnica da USP), afirma que a expansão nas vendas é resultado de poucos empreendimentos "diferenciados" lançados com grande número de unidades e bom volume de vendas, como o Jardim das Perdizes (zona oeste) e o Habitarte (zona sul). "Foram eventos tópicos", diz.

	Joel Silva/Folhapress
	Interessados em adquirir um imóvel no feirão da Caixa

Para o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, a previsão do mercado, de alta de 5% nas vendas e de 10% nos lançamentos em 2013, continua a mesma.

Um dos motivos, segundo ele, é que há muita dificuldade de encontrar terrenos livres para incorporação. Ele acrescenta que os lançamentos atuais são, em boa parte, originados de áreas compradas em anos anteriores.

Além disso, Petrucci afirma que para haver mais lançamentos é preciso que o sistema de aprovação da prefeitura tenha mais agilidade do que atualmente, o que, de acordo com ele, não é possível garantir que aconteça já neste ano.

"O mercado continua surpreendendo, o que demonstra a aderência dos produtos que estão sendo lançados, mas isso não nos faz imaginar que esse ritmo perdure pelo ano inteiro." (DANIEL VASQUES)

Fonte: Folha de S. Paulo