terça-feira, 18 de junho de 2013

Casal aposta no vidro para criar 'casa iluminada'; confira

Quem ouve Jade-Snow Carroll e Ian Rasch falando sobre a casa de 150 metros quadrados e dois quartos, alimentada por energia solar passiva, que eles construíram entre as colinas ondulantes de Hillsdale dois anos atrás percebe logo que ela em breve se tornará lembrança, e não um lugar onde lembranças serão criadas. Se construir uma casa é tão divertido, eles parecem estar dizendo, por que não fazê-lo de novo?
Carroll, 34, designer gráfica e sócia na Content Design Store, na vizinha Hudson, e Rasch, 36, sócio de uma construtora e incorporadora na região dos Berkshires, são obcecados confessos por casas. "Nós dirigimos por aí olhando casas", diz Rasch. "

Uma cadeira antiga em estilo Eames e uma luminária comprada em um leilão de espólio, na casa de Jade-Snow Carroll e Ian Rasch, em Hillsdale, Nova York

A cozinha aberta tem armários de nogueira feitos por um amigo e balcões de aço inoxidável, na casa de Jade-Snow Carroll e Ian Rasch

Portas deslizantes de vidro oferecem vista desobstruída da porta da frente ao grande jardim

O casal, que se conheceu em Manhattan mas cresceu na região de Hillsdale, na fronteira entre Nova York e Massachusetts, passou dois anos procurando uma casa, sem sorte, e depois disso decidiu que seria melhor procurar terrenos.
Não demoraram a encontrar um terreno de dois hectares em um vale agrícola, pelo qual pagaram US$ 65 mil. Parte da propriedade ficava em uma área alagadiça, e incluía uma casa de fazenda ruída que eles precisaram demolir, mas o mais importante é que o terreno tinha a exposição sudoeste ideal para o sistema de aquecimento solar que eles planejavam.
Projetada por Adam Rolston, arquiteto cujo trabalho Carroll conta ter descoberto passeando na neve certo dia, a casa é basicamente um retângulo de 27 metros de comprimento, envolta em cedro e metal, com um quarto e banheiro em cada ponta e uma cozinha aberta e sala de estar servindo como âncora.
"O leiaute é muito simples", diz Carroll, acomodada a uma mesa de jantar igualmente singela, feita de olmo inglês. "Dois banheiros, dois quartos, cozinha no meio".
Rasch acrescenta, raciocinando como construtor: "Seria até possível construir essa casa em sistema modular. Construir a estrutura demorou três meses e o acabamento mais seis".
Em parte para economizar e em parte por diversão, o casal decidiu comandar a obra em pessoa, sem empreiteiros. O balcão de aço inoxidável da cozinha foi comprado em uma empresa de Buffalo que fabrica cozinhas comerciais, e os armários de nogueira e mesa de corte de carnes foram feitos por um marceneiro amigo do casal.
A pedra sabão usada para os banheiros foi comprada de amigos que dirigem uma pedreira nas imediações. No total, o custo de construção da casa ficou em cerca de US$ 400 mil.
Eles não economizaram nas janelas e portas deslizantes, que se estendem pela área de estar e se abrem para um deque, com vista para o campo abaixo.
Para manter a possibilidade de uma vida aberta ao lado de fora e ao mesmo tempo o sistema de energia solar passiva, eles precisaram de vidro isolante, um produto bastante caro. Mas as janelas permitem que a luz permeie o espaço da casa, aliviando os longos invernos e permitindo economia nos custos de energia. A conta de aquecimento raramente ultrapassa os US$ 75 ao mês, e isso inclui a eletricidade, diz Carroll.
E a luz permite que ela satisfaça seu amor por plantas caseiras. Ela espalhou begônias, xaxins, pés de crassula ovata e até mesmo um pinheiro de Norfolk pelo décor cuidadosamente selecionado, com peças da metade do século 20 que incluem uma chaise Le Corbusier original, uma luminária Anglepoise e um globo terrestre antigo.
Carroll não é tão competente com a jardinagem a céu aberto, diz. "No nosso primeiro verão, plantamos uma grande horta. Mas a plantação escapou completamente ao controle e terminamos por arrancar as plantas. Fui ambiciosa demais".
Perguntados se, dada a inexperiência, também houve momentos de excesso de ambição durante a construção, o casal disse que formava uma boa equipe. "Nós achávamos que poder construir a casa juntos era um privilégio", disse Carroll. "E temos gostos parecidos, o que ajuda".
Como expressa Rasch, "compreendo a parte do processo construtivo e Jade compreende a parte estética".
Eles estão pensando há algum tempo em comprar um terreno próximo. Para vender a casa em que vivem e construir uma nova? Rasch confirma com um aceno de cabeça: "Estamos prontos para começar mais um projeto".

Uma parede de janelas de vidro isolante banha a área de estar em luz, e o teto alto faz a área de 150 metros quadrados parecer maior

Como todos os cômodos da casa, o banheiro de hóspedes oferece vista do terreno

Estantes de nogueira envernizada, na sala de estar da casa de Jade-Snow Carroll e Ian Rasch

Portas com persianas preservam a privacidade e a segurança, na casa de Jade-Snow Carroll e Ian Rasch, em Hillsdale, Nova York

Jade-Snow Carroll e Ian Rasch diante de sua casa de energia solar passiva em Hillsdale

Fonte: Folha de S. Paulo 


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