Com o aquecimento do mercado de reformas e a dificuldade de encontrar bons profissionais disponíveis, os sites de empresas especializadas nesse serviço estimam aumento de 20% a 25% em serviços fechados neste ano.
O primeiro contato com o cliente costuma ocorrer pela página das empresas na internet -ainda que algumas marcas tenham lojas físicas, como franquias. No site, o cliente pode fazer o orçamento do serviço desejado, comparar profissionais e ver depoimentos de quem já contratou o serviço.
A Dr. Resolve, fundada em 2010, tem 600 franquias e 10 mil profissionais no país, segundo David Pinto, presidente da empresa. O site recebe mais de 3.000 visitas mensais. "O diferencial é que o cliente tem mais respaldo e pode resolver falhas pelo telefone, com a ouvidoria."
Segundo ele, dos mais de 36 mil atendimentos em quase três anos, 69 queixas foram registradas pela ouvidoria e resolvidas com o cliente.
Desde setembro de 2011, a GetNinjas atua como uma plataforma que faz o meio de campo entre o cliente e o profissional. Na prática, quem presta o serviço é um profissional registrado no site.
"O profissional é avaliado pelo cliente, com uma nota que vai de uma a cinco estrelas. Se ele fizer um bom trabalho, deixar tudo limpo, ajudar em questões que não estavam no escopo do serviço, cresce na plataforma e tem destaque dentro da página", diz Eduardo L'Hotellier, presidente do GetNinjas.
Segundo ele, a empresa "investiga" o profissional antes de cadastrá-lo no site. "Hoje, somamos mais de 30 mil acessos, e as reclamações não ultrapassam cem."
Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), diz que as empresas ganham destaque à medida que oferecem maior respaldo ao cliente e diminuem riscos com segurança, atrasos na obra e problemas na execução.
No Procon, as queixas têm diminuído. Em 2012, foram 818 reclamações referentes a obras, sendo 230 por vício de qualidade (serviço mal executado, inadequado ou impróprio). Em 2011, houve 899 queixas (259 por qualidade).
Para se proteger, a assessora técnica do Procon-SP Marta Aur recomenda fazer um contrato (mesmo com profissional autônomo), informando o tipo de serviço, o cronograma e os materiais utilizados. "Não precisa ser autenticado. Pode ser escrito à mão, desde que contenha os dados do profissional e do serviço."
SEGURANÇA
Sem ter um profissional conhecido e de confiança para tocar a reforma de seu apartamento na zona sul de São Paulo, o administrador de empresas Sergio Cavallini, 48, iniciou suas buscas na internet. Decidiu contratar uma empresa para cuidar da obra inteira.
"A empresa me dá mais garantia da execução do serviço e que o profissional é gabaritado. A segurança de colocar alguém dentro de casa também pesa", afirma ele, que recorreu aos serviços de pintor, encanador e eletricista da Dr. Resolve.
Segundo Cavallini, o principal contratempo é estar no meio da bagunça, já que ele e a mulher continuam no local durante a obra. "Os profissionais têm respeitado prazos e, principalmente, mantido o ambiente limpo ou o mais perto disso possível."
Para Valdir José Peres, dono da Marido de Aluguel, o tempo de espera do cliente para a execução do serviço e o cumprimento do prazo são fatores que pesam na qualidade do serviço. Ele mesmo contratou um ajudante.
"Hoje, o cliente espera, em média, uma semana para que eu consiga fazer o serviço, mas já chegou a 40 dias."
CANO ESTOURADO
Reparos mal executados fizeram o empresário Claudio de Arruda Reis, 49, quase desistir de uma reforma, que ficou parada por mais de um ano. Pesquisando na internet, ele descobriu a GetNinjas, que intermedeia o contato entre o cliente e o prestador de serviço.
Segundo ele, mais de 20 profissionais retornaram a solicitação, e a obra voltou aos trilhos. Ele recomenda, porém, cuidado na escolha.
"Chamei o profissional com o menor preço. No primeiro dia, ele estourou um cano no meio do quarto da minha filha", conta Reis. "A GetNinjas resolveu o caso e encaminhou outro profissional. Se fosse um trabalho feito sem garantia, poderia ter dado mais dor de cabeça."
Segundo a assessora técnica do Procon-SP, Marta Aur, qualquer falha em uma reforma pode ser reclamada ao órgão, mesmo que executada por um autônomo. "A recomendação é sempre redigir um contrato com o profissional."
Fonte: Folha de S. Paulo
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