quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Imóveis menores custam mais para empresas

Principal justificativa é que, em edifícios com apartamentos pequenos, não é possível rentabilizar com toda a área construída

Nos primeiros nove meses de 2013, as vendas de imóveis com menos de 45 m² em São Paulo dobraram em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, a participação desses imóveis no total vendido no mercado passou de 13% em 2012 para 22% neste ano.

No entanto, para atender esta demanda aquecida por este perfil de imóvel, as empresas, ao contrário do que muita gente pensa, têm de ter um bom planejamento financeiro para arcar com as despesas, que são maiores com estas obras do que em relação ao orçamento destinado a construções de apartamentos de dimensões superiores.
Fatores como o tipo de acabamento utilizado, a área de lazer e a localização do empreendimento também interferem diretamente no preço do terreno (Foto: Banco de Imagens / Think Stock)
É o que aponta os profissionais de construtoras e incorporadoras que atuam neste segmento do mercado imobiliário. Segundo eles, as empresas gastam mais em projetos que tenham apartamentos de tamanhos menores.
A principal justificativa é que, em edifícios levantados com apartamentos pequenos, os responsáveis pela obra “perdem” parte da área construída durante a comercialização do local. Ou seja, as empresas não conseguem rentabilizar na sua totalidade os espaços em cada andar.
“Isso acontece porque as construtoras perdem muita a eficiência da área construída. Se você tem, por exemplo, oito ou dez andares com bastantes unidades em uma única planta, é preciso construir mais caixas de elevador, mais escadas, paredes e até levantar um número maior de divisões entre os apartamentos. Tudo isso consome um espaço que as empresas deixam de construir e, consequentemente, de vender”, explica Hercy Costa, diretor de engenharia da Atua Construtora e Incorporadora.
“Tem também a questão dos corredores, que são mais largos ou mais extensos em cada andar e ocupam mais espaço. Então, com apartamentos menores, as empresas acabam não lucrando também com essas outras áreas construídas. Além disso, em obras com mais unidades, é preciso fazer uma maior escavação do subsolo para aumentar a quantidade de vagas no estacionamento. Com isso, os gastos com a contenção, a movimentação da terra, e com o transporte serão maiores e vão encarecer mais o preço final do imóvel”, completa Carla Dias Henklain, Gerente de suprimentos da MZM Construtora.
Fatores como o tipo de acabamento utilizado, a área de lazer e a localização do empreendimento também foram apontados como itens que interferem diretamente no preço do terreno e, consequentemente, nos valores dos apartamentos construídos.
“O que percebemos no mercado de ofertar cada vez mais imóveis compactos é decorrente de uma mudança demográfica. O perfil da família brasileira mudou. Um número cada vez maior de casais sem filhos compram imóvel e permanecem nele por muitos anos”, analisou Peterson Querino, presidente da Construtora Casa Mais, de Belo Horizonte.

Fonte: Zap Imóveis 

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