quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Férias escolares aquecem locação

Os três primeiros meses do ano concentram a demanda. Imobiliárias concentram esforços na internet, usada pelas famílias para selecionar os imóveis

 Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / A estudante Leda Marília, que se mudou em janeiro: férias facilitam a troca de endereço
A estudante Leda Marília, que se mudou em janeiro: férias facilitam a troca de endereço

O índice de Locação Sobre a Oferta (LSO), produzido mensalmente pelo Sindicato da Habitação (Secovi-PR), mostra que os três primeiros meses do ano formam o período mais aquecido do ano para o mercado de locação. O auge de 2012 foi em fevereiro, quando o índice atingiu a 24,76% (veja mais no quadro abaixo). O indicador atesta uma realidade conhecida pelas imobiliárias e recorrente: famílias e estudantes escolhem fazer mudança no período de férias no calendário escolar.
“Em Curitiba, o principal fator para esse crescimento é o resultado do vestibular. Os estudantes universitários são os maiores responsáveis pelo aumento no número de locações. Mas as famílias também escolhem esse período para a mudança, principalmente por causa da escola dos filhos”, explica Luiz Fernando Gottschild, presidente do Inpespar. As imobiliárias estimam que 70% da locação nos primeiros meses são destinadas à moradia de estudantes.
Equilíbrio
Variações na procura não provocam grandes mudanças de preço
Depois do ápice nos meses de janeiro, fevereiro e março, o índice de Locação Sobre a Oferta (LSO) cai e o número de locações é menor em outubro. No entanto, a quantidade de imóveis locados diante do número de imóveis disponíveis não interfere de forma significativa no preço do metro quadrado, nem no número de dias para locar.
Luiz Fernando Gottschild, do Inpespar, comenta que quem se adianta e aluga logo no início do ano consegue as melhores unidades. “No final do primeiro trimestre, os imóveis melhores já foram locados e sobra pouca opção”, diz. Essa movimentação, de acordo com Gottschild, não causa desequilíbrio e não chega a faltar imóvel agora ou sobrar em outras épocas. “Na mesma medida que tem gente alugando, tem gente saindo”, aponta.
Fátima Galvão, diretora da imobiliária Galvão, confirma que não há variação no preço. “Há estabilização no valor, não tem mudança com relação aos outros meses”, diz. O que faz com que o preço de locação mude é a qualidade e a idade dos imóveis.
“A maior alteração é com relação ao apartamento novo, que acabou de ser entregue. Esse pode sair um pouco mais caro. Além disso, o apartamento que tem estrutura, armários, pias e está mais completo, também é alugado mais rápido”, afirma a gerente da Senzala Imóveis, Augusta Coutinho Loch.
Trabalho dobrado
O movimento maior exige mais esforço das imobiliárias. Elas trabalham com foco em imóveis mais adequados aos estudantes. O grupo Gonzaga mantém um site com informações específicas para universitários, que indica características dos bairros e a proximidade deles com as principais universidades. “O atendimento online é importante, porque temos muitos clientes que vem do interior do estado”, explica a gerente-geral da empresa, Lucia Shaicoski.
Escolha
Localização foi o principal fator para a escolha da estudante de design Leda Marília Furquim de Camargo. Ela aproveitou as primeiras semanas do ano, ainda em férias da faculdade, para escolher um novo apartamento. Ela mora no Rebouças e passará a viver na Água Verde. “Vou para um prédio mais seguro, com porteiro e em uma região mais movimentada”, conta Leda, que vai morar com duas amigas.
Ela conta que levou cerca de três semanas no processo de seleção do imóvel. “Começamos a pesquisar pela internet. Depois que achamos imóveis que eram como a gente queria e que tinham preço acessível, passamos a visitá-los”, explica. “Tinha muita opção. Nem tudo se encaixa no meu perfil, mas não faltaram possibilidades”, diz.

Fonte: Gazeta do Povo

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