segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Aluguel sobe mais do que inflação oficial


Enquanto os trabalhadores têm seus salários corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os reajustes de aluguéis são estabelecidos pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M). Essa diferenciação pode resultar em perdas tanto para locadores como para locatários. Em 2012, por exemplo, o primeiro índice fechou em 7,82%. Já o segundo, deve deve ficar em torno de 5,5%, segundo previsão de analistas financeiros. A variação neste caso será em torno de 2,3 pontos porcentuais e vai pesar no bolso dos inquilinos. Mas como evitar prejuízos por conta da diferenças entre os indexadores? Para os especialistas, a saída é uma só: a negociação.
Para o delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Luiz Otávio Landulpho, além dos índices inflacionários, os valores dos aluguéis podem sofrer pressão da elevação da demanda como aconteceu em Sorocaba nos últimos anos. "Os novos investimentos industriais, que atraíram milhares de pessoas de outras regiões para a cidade, acabaram inflacionando o mercado, forçando a alta dos preços dos aluguéis", explica. 
"Tivemos um aumento substancial da demanda. Mas creio que, a partir do primeiro semestre deste ano, os preços devem entrar em rota de estabilidade, pois muitos locatários já se acomodaram e várias obras estão sendo finalizadas, aumentando a oferta de unidades para esta finalidade. Em resumo, é a lei da oferta e da procura. Na minha opinião, independente do indexador, é o mercado que define se os preços aumentam ou reduzem", complementa.
Como normalmente existe uma diferença entre os índices (no caso de 2012 foi em torno de 2 pontos percentuais) que corrigem os salários e os aluguéis, Landulpho salienta que a negociação é a alternativa mais viável para ambas as partes. "Por um lado, os locatários que buscam acordo acabam conseguindo desconto e evitam o transtorno de ter que mudar de residência. Além disso, nem sempre é possível conseguir um imóvel nas mesmas condições, portanto, é melhor permanecer no imóvel. Por outro lado, o locador também deve pensar na valorização dos bons inquilinos. Se o locatário paga em dia e não gera outros tipos de problema, é importante facilitar a negociação e sua permanência no imóvel", aconselha. 
Landulpho lembra que, tradicionalmente, no início do ano, entre janeiro e fevereiro, os estudantes tendem a pressionar a procura. "Creio que os reajustes no início de 2013 serão maiores por conta dessa demanda. Mas a partir do terceiro trimestre, haverá os preços se manterão estáveis", reafirma.
O ideal é negociar 
O professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), o economista Ricardo Lopes Fernandes endossa que a melhor alternativa para locador e locatário é a negociação. "Sei que cada um defenderá o índice que lhe for favorável, mas a rescisão contratual pode gerar problemas inconvenientes para os dois. O que recomendo é que os dois fiquem atentos ao índice escolhido para o reajuste", diz Lopes.
Para o inquilino, o professor sugere o rompimento do contrato somente quando o orçamento ficar muito apertado. "Se o valor for muito alto e comprometer o pagamento de outras despesas é melhor pensar em mudança para evitar um endividamento maior", afirma.

Fonte: Redimob

Nenhum comentário:

Postar um comentário