segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Cresce crédito imobiliário

Apesar de 2012 ter sido um ano de retração para o setor de imóveis, volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis atingiu R$ 73,9 bilhões entre janeiro e novembro.

No penúltimo mês de 2012, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 7,7 bilhões, resultado 15% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior. E no acumulado dos primeiros 11 meses do ano, os financiamentos imobiliários chegaram ao montante de R$ 73,9 bilhões, 3% mais do que no mesmo período de 2011, segundo pesquisa da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). 
Para o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) e sócio diretor da Zega Construtora, Renato Sousa Correia, o crédito é fundamental não só para o setor de imóveis, mas também para a economia do País. “Além de ser uma das coisas mais importantes para o crescimento do setor de construção, se não fosse o crédito imobiliário, a economia brasileira estaria crescendo a passos bem pequenos”, atesta ele, que emenda dizendo que o cliente não consegue pagar uma obra do início ao fim, e por isso recorre ao crédito que pode ser quitado em até 30 anos.
Em novembro foram financiadas aquisições e construções de 38,8 mil imóveis, o que correspondeu a uma redução de 1,6% em relação a outubro. Porém, a sinalização foi positiva, já que o número de unidades financiadas em novembro superou a média observada entre janeiro e novembro do ano anterior, de 37,3 mil unidades.
 “O banco está pronto para emprestar, tem capital, recebemos visitas de vários bancos oferecendo para financiar nossas obras”, declara o sócio-proprietário da Queiroz Silveira Construtora e Incorporadora, Rogério Queiroz Silveira. 
Apesar de 2012 não ter sido um ano de muitos lançamentos do setor imobiliário, o crédito continuou em alta. Segundo o proprietário da Queiroz Silveira, isso foi possível porque o crédito imobiliário está relacionado às entregas e não aos lançamentos. “Enquanto estiver entregando apartamentos, o crédito vai continuar subindo”, informa. 
ACOMODAÇÃO
Sendo um dos principais setores geradores de emprego dos últimos anos, a construção civil representa 46,1% da cadeia produtiva e 6% do PIB brasileiro, de acordo com pesquisa divulgada pelo Instituo Ipsos. Porém, em 2012 o crescimento do setor não acompanhou o boom imobiliário que aconteceu em 2010 e 2011, com grande volume de lançamentos imobiliários, alta velocidade de vendas e valorização.
 “Ano passado foi um ano de acomodação, já que 2010 e 2011 foram anos muito aquecidos, mas as vendas não pararam, continuaram em ritmo razoável, e os preços se ajustaram”, afirma Gustavo Veras.
Rogério Silveira explica que o fator aconteceu devido aos dois anos de muito sucesso imobiliário, que fez com que o estoque ficasse alto, e então em 2012, o número de lançamento diminuiu e o mercado em geral, deu uma retraída.
De acordo com o vice-presidente da Ademi-GO, o acontecido em 2012 foi uma oscilação natural do mercado, para acomodar o setor que com um crescimento acima do esperado nos anos anteriores, estava com baixa mão de obra qualificada, alto preço de material de construção, dentre outros problemas. 
Proprietário da Queiroz Silveira Construtora e Incorporadora concorda e diz que na verdade, é bom que essa oscilação aconteça, porque se continuasse como nos anos anteriores, a economia não daria conta de manter o setor. “Já estava faltando máquinas, produtos, provocando atrasos nas obras, se não desacelerasse um pouco, não iria ter crédito imobiliário disponível e o metro quadrado estaria muito mais caro.” Ainda segundo ele, com essa diminuição, foi possível regularizar também a oferta de emprego.
“2012 foi muito importante para amadurecer o mercado, e fazer com que apenas as construtoras mais estruturadas permanecessem, já que com a alta desde 2010, muitas acharam que estava muito fácil vender, e começaram a construir” ressalta o diretor da Loft Construtora.
Empresários concordam que apesar da baixa de lançamentos e consequentemente do número de vendas, nem de longe sentem sinal de crise. “Não encaro como crise, apenas como um momento de ajuste, a coisa voltou ao patamar normal” destaca Gustavo.
ANO PROMISSOR 
Para garantir a produtividade, o Governo Federal anunciou recentemente medidas de incentivo ao setor, como a substituição de 20% dos gastos do INSS por 2% abatidos no faturamento, que irá diminuir consideravelmente os gastos com mão de obra, dando novo fôlego para as contratações.
Outra medida foi a redução do Regime Especial de Tributação (RET) de 6% para 4%. Além disso, o “RET Social”, para moradias destinadas ao combate do déficit habitacional, passarão a ter alíquota de 1% sobre o faturamento.
Portanto, este ano promete ser de crescimento para o setor imobiliário. “2013 tem tendência de melhora, já que 2012 foi abaixo da onda, acredito que vai ser um ano que as construtoras vão continuar lançando e o preço vai continuar subindo” diz Rogério Silveira. Ele afirma ainda que um fato que pode acarretar no aumento de lançamentos é que o estoque de imóvel das construtoras está diminuindo, e com isso a procura aumenta. 
 “Não tenho dúvida que este ano vai ser melhor, não tanto quanto 2010 e 2011, mas haverá um reaquecimento das vendas” assegura Gustavo Veras.
Vice-presidente da Ademi-GO não acredita que o crescimento será de grande porte, mas também garante que as vendas deverão ser acima do que foi registrado no ano passado.
APOSTAS
Para garantir um bom ano de negócios, cada empresário busca uma forma diferente de atrair o cliente. No caso do engenheiro João Gabriel, proprietário da City Soluções Urbanas, as apostas para 2013, são a localização, investimento em tecnologia e parceiros de peso. 
“O público está cada vez mais exigente. Antes de comprar, ele pesquisa muito e isso é bom para nós, pois somos muito seguros de todos os detalhes dos nossos projetos, quanto ao diferencial e praticamos preços adequados à região e as características do produto”, declara o engenheiro.
Segundo o sócio da Queiroz Silveira, o mercado está mais exigente devido à baixa da procura e aumento da oferta que fez com que o consumidor tivesse mais tempo para escolher ao invés de comprar às pressas como há algum tempo atrás. Com isso, as construtoras também tiveram que batalhar mais e garantir o seu espaço, como aconteceu com a Queiroz Silveira, que em 2013 tem a previsão de entregar 358 unidades em dois empreendimentos, devido a um forte investimento em pesquisa e planejamento.

Fonte: Redimob

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