segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A arquitetura e a arte de se reinventar

Com a chegada da tecnologia e diversos debates, como a sustentabilidade, arquitetos e urbanistas comemoram a profissão que não para de evoluir a fim de atender as necessidades de uma nova época

 (Ed Alves/CB/D.A Press)


Neste 15 de dezembro é comemorado o Dia do Arquiteto e Urbanista. Uma das profissões mais antigas do mundo, ela está presente não só nos edifícios, mas em novas propostas de viver a cidade e a relação do homem com o urbano. Com isso, se renova e se atualiza constantemente.

A data é, ainda, o aniversário de Oscar Niemeyer, que faria 105 anos, e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), que completa um ano de existência.

Sustentabilidade é uma das pautas mais discutidas hoje pela carreira. Fazer prédios e cidades ‘verdes’ tem criado sérios debates até mesmo entre profissionais renomados. Por exemplo, a construção do Noroeste e de Águas Claras, um projeto da década de 80. Mais aos poucos, o assunto também é introduzido nas faculdades do país.

Para o professor de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flósculo, o Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, de Oscar Niemeyer, não teria mais espaço na conjuntura atual. “Brasília já não é tão mais avançada quanto era na década de 60”, lamenta.

O mercado de trabalho está repleto de oportunidades para os formandos e a profissão em si, em plena evolução. Antes um curso de predomínio masculino, as mulheres serão maioria ao final desta década.

O arquiteto e urbanista Lúcio Costa, projetista de Brasília, considerava que, para seguir na arquitetura, é preciso muita cultura geral. Segundo Flósculo, o urbanismo exige mais interdisciplinaridade e interesse por todas as áreas do conhecimento. Tem de se conhecer economia, política, direito para pensar a cidade e sociedade em conjunto.

Uma área ainda mal explorada pelos formandos é a decoração de interiores. “Há muito preconceito dos alunos e da academia, mas é um viés maravilhoso e importantíssimo. Para se ter uma ideia, na UnB, particularmente, não há uma única disciplina que trata do assunto”, alega. Atualmente, a maioria dos decoradores formados em arquitetura é autodidata ou complementou os estudos fora das universidades. Entretanto, a maioria dos decoradores são pessoas que fizeram apenas um curso técnico na área.

Apesar de não se poder descartar a importância de desenhos e rascunhos a mão, com a chegada da tecnologia, muitos projetos já são feitos diretamente no computador. Flósculo ressalta que esse instrumento criou uma nova maneira de se pensar e fazer arquitetura. “Ele é muito positivo. Entretanto, falta arte. Muitos alunos saem da faculdade quase como engenheiros civis. Ainda precisamos aliar a humanidade à tecnologia”, comenta.

O professor afirma que é preciso, também, agregar mais ‘brasilidade’ aos projetos e acredita ser este um dos maiores desafios da nova geração de arquitetos e urbanistas. “Acho os novos profissionais muito subalternos aos estrangeiros. Temos tanta capacidade quanto os escritórios de fora. Arrisco dizer que temos até mais originalidade”.


Fonte: Site Lugar Certo

Nenhum comentário:

Postar um comentário