A casa de 570 m² do engenheiro Tobias Ott foi construída em wood frame, em apenas quatro meses
Sistemas construtivos que fogem do
convencional e funcionam de modo industrial ganham cada vez mais espaço no
Brasil
Apesar da predominância do modelo tradicional de construção
(tijolo e cimento), a necessidade de se reduzir custos e de obras mais limpas e
organizadas tem aberto espaço para diferentes tecnologias construtivas, como os
sistemas de wood e steel frame.
De acordo com o vice-presidente
do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR) e
conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR)
Euclésio Finatti, os novos sistemas representam uma quebra no paradigma da construção
civil. “Você constrói tudo dentro da fábrica, paredes e estrutura, e apenas
monta no terreno designado. É como um sistema fabril. Por enquanto, a fundação
é a única parte feita no local, mas isso tende a mudar”, explica.
Entre as vantagens dos novos sistemas está a redução do
desperdício de materiais. “O uso da madeira no caso do wood frame também
colabora com a sustentabilidade porque toda madeira utilizada vem do
reflorestamento.”
Apesar das vantagens, a maioria
das pessoas ainda prefere a construção convencional. “As pessoas ainda acham
que elas têm de bater na parede para mostrar que é forte. Outro entrave é a
burocracia. Há a necessidade de comprovar que o processo construtivo é
absolutamente correto, mas hoje isso é muito demorado e caro”, avalia Finatti.
Vantagens
Métodos reduzem tempo e custo de mão de obra
A tecnologia do wood frame não
é nova. Amplamente utilizado nas construções dos Estados Unidos, o sistema
ainda busca seu lugar no Brasil. Traz como principal vantagem a redução de 50%,
em média, na quantidade de mão de obra. Apesar disso, o custo sobe porque a mão
de obra é mais qualificada. Ainda assim, o vice-presidente do Sindicato da
Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR) e conselheiro do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) Euclésio
Finatti diz que a redução na quantia é tão grande que compensa. “Além da
redução no número de pessoas trabalhando, a redução no desperdício com
materiais e a agilidade no tempo de construção reduzem os custos entre 15% a
20%”, explica.
A redução no tempo foi um dos
benefícios que atraiu o engenheiro Tobias Ott quando decidiu construir sua
casa. “O isolamento térmico e acústico são também vantagens, mas, antes de
morar, o tempo para construir é muito rápido, levou em média quatro meses.”
O construtor Claudeir Batista
afirma que, do início ao fim, uma casa de 250 metros quadrados pode ser
entregue em até três meses. “Sem o acabamento, sem pintura, revestimento,
cerâmica, azulejo, o custo fica em torno de R$ 1,3 mil a R$ 1,4 mil o metro
quadrado. Neste valor já consta o gasto com material e mão de obra. Com tudo,
inclusive o acabamento, o valor chega a R$ 1,6 mil o metro quadrado”, aponta.
O sistema steel frame parte do
mesmo princípio que o wood, mas, ao invés de madeira, utiliza o aço. São
estruturas formadas de aço galvanizado leve e usadas para formar paineis
estruturais, paredes, vigas, tesouras, entre outros elementos. Da mesma forma
que no wood frame, o steel requer mão de obra especializada e, por se tratar de
aço, o custo fica um pouco mais caro.
A velocidade para construir e
montar é a mesma do wood frame. “Em Curitiba não há muitos imóveis feitos com
steel. Um exemplo deste sistema são os plantões de vendas de imóveis, hoje
muitos são feitos em steel pela rapidez.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário