Terreno onde será o Green Center, da Thá: em 2013, construtoras apostam em lançamentos mais planejados, em áreas pouco exploradas
ÁUDIO: Confira o podcast com o presidente do Sinduscon-PR, Normando Baú, sobre as perspectivas do mercado imobiliário para 2013
“Os dados relativos ao setor em 2013 serão muito parecidos com os que vimos esse ano. Mas isso é bom, porque indica que o setor está mais maduro e até mais profissional”, avalia o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), Normando Baú. Para ele, a tendência é positiva, porque vai refletir em lançamentos vendidos de forma mais rápida e com mais qualidade.
“Os produtos tendem a ficar melhores, porque estamos em outra fase do mercado. Não é como em 2003 ou 2007, que tudo o que você fazia, vendia. Agora, as incorporadoras precisam pesquisar mais para oferecer um produto que vá ao encontro do que o consumidor realmente quer. Isso é bom para todo mundo: o cliente sai satisfeito e não há estoques”, comenta.
As empresas de construção e incorporação de Curitiba confirmam a tendência: os lançamentos previstos para o ano que vem são fruto de mais análise do mercado consumidor e da região da cidade onde serão implantados. Nilton Antonietto, diretor de incorporação do grupo Thá, conta que a estratégia do grupo para 2013 vai ser diversificar nos lançamentos. A previsão é de ter sete empreendimentos novos, entre unidades comerciais e residenciais, em diversas regiões da cidade e na região metropolitana. “Estamos otimistas e vamos buscar regiões das cidades que ainda tem demanda reprimida”, diz Nilton. A empresa aposta em um Valor Geral de Vendas (VGV) que chegue a R$ 450 milhões em 2013. A rentabilidade pode até aumentar, de acordo com o diretor, por causa do sucesso esperado em alguns lançamentos. “Temos o Green, que fica na rua São Francisco. É um empreendimento novo, numa região, que há muitos anos não há nenhum lançamento. Vamos buscar essas regiões”, confirma.
A localização acertada também é a aposta da Cyrela. “Para o público curitibano, a localização é imprescindível, então é ideia é manter essa prioridade”, diz o diretor executivo, Marlos Dória. A empresa projeta o lançamento de quatro empreendimentos em 2013 – ao todo, cerca de 600 unidades – que somarão R$ 380 milhões em VGV.
Cenário sem crescimento não é negativo
O presidente do Sinduscon-PR, Normando Baú, avalia que a projeção de estabilidade é positivo, já que mantém o mercado em um patamar acima da média histórica do setor. “Estamos em equilíbrio, mas, ao mesmo tempo, os números de lançamentos, por exemplo, dos últimos três anos, é cinco vezes maior do que o que era realizado em 2003”, diz.
Para ele, a desaceleração da economia não impactou a construção civil de forma intensa e a construção ainda passa bem porque ainda há déficit habitacional. “Temos também o crédito, tanto para as empresas como para quem quer comprar. Se o financiamento continuar sendo incentivado, podemos garantir o crescimento para o setor”, comenta. Para ele, o único fator que poderia gerar uma reviravolta no mercado seria o fim da concessão de crédito.
O diretor de incorporação da Invespark, Eduardo Quiza, comenta que a possibilidade de adquirir um imóvel instiga os investidores e alimenta o mercado da construção civil. “Com a queda da taxa de juros e a rentabilidade do aluguel, passou a ser interessante investir. Acreditamos que existe a migração de investidores que estão na poupança ou em aplicações de renda fixa para a área imobiliária”, explica. A Invespark planeja lançar pelo menos dois empreendimentos, que somam 400 unidades e VGV de R$ 100 milhões.
A estabilidade do setor pode refletir em preços mais condizentes com a região do lançamento. A incorporadora Hafil pretende lançar em 2013 entre quatro ou cinco produtos, que correspondem de R$ 170 a 220 milhões. “Vamos lançar tanto o comercial quanto o residencial. Vemos que, dependendo da região, há necessidade de um empreendimento diferente, mas que precisa ser bem planejado”, diz o diretor geral da empresa, Caio Napoli.
Fonte: Gazata do Povo
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