Fonte:
Agência O Globo
O país e principalmente o Rio de Janeiro vivem um
momento propício para o surgimento de novos talentos da arquitetura, na opinião
de especialistas ouvidos pelo GLOBO. Para o presidente da regional Rio da
Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea-RJ), Vicente
Giffoni, o período de crescimento econômico traz a oportunidade de projetos
mais ambiciosos, que podem dar visibilidade aos profissionais que estão
surgindo.
- Este ano,
tivemos no Rio seis milhões de metros quadrados de novos projetos, o que não
acontecia desde 1982, quando tivemos cinco milhões e meio. Passamos por uma
lacuna após a construção de Brasília em que até surgiram bons nomes, mas não
havia tanta oportunidade - afirmou Giffoni, destacando o projeto de
revitalização da Zona Portuária como um dos exemplos recentes de grandes
intervenções.
Apesar de ressaltar
que nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa são únicos na História, a
vice-presidente de Relações Institucionais do Departamento Rio de Janeiro do
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Fabiana Izaga, concorda que a
realidade atual no país é propícia para a consolidação de novos arquitetos.
- A questão não
é só o surgimento de talentos, mas também um mercado de qualidade que possa
absorvê-los. E para isso é necessária uma condição econômica favorável, o que
temos no momento. Mas nomes como Oscar Niemeyer, Burle Marx e Lúcio Costa não
aparecem a cada X anos. São gênios do porte de um Leonardo da Vinci - comentou
Fabiana.
O papel
fundamental de referência de Niemeyer é ponto pacífico entre os colegas. Não só
a sua genialidade, mas como ele conviveu bem com o seu talento foi um dos
pontos destacados por Jorge Hue, profundo conhecedor da arquitetura brasileira,
como sua grande lembrança.
- Um momento que
me emocionou muito foi quando estive no Palácio do Itamaraty, com a equipe
dele. Fiquei impressionado com a humildade e a naturalidade do Niemeyer. Tinha
a consciência do artista que sabe que a obra é dele enquanto é feita, mas
depois é entregue para o mundo como uma dádiva.
Para Rodrigo
Queiroz, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da
Universidade de São Paulo, Niemeyer foi o grande arquiteto do século XX:
- Ele construiu
o desejo presente na utopia das vanguardas modernas: acabar com a divisão entre
arte e vida. Brasília é a maior materialização do projeto moderno.
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