sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Brasil vive momento favorável para talentos da arquitetura Voltar



Fonte: Agência O Globo


O país e principalmente o Rio de Janeiro vivem um momento propício para o surgimento de novos talentos da arquitetura, na opinião de especialistas ouvidos pelo GLOBO. Para o presidente da regional Rio da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea-RJ), Vicente Giffoni, o período de crescimento econômico traz a oportunidade de projetos mais ambiciosos, que podem dar visibilidade aos profissionais que estão surgindo.
- Este ano, tivemos no Rio seis milhões de metros quadrados de novos projetos, o que não acontecia desde 1982, quando tivemos cinco milhões e meio. Passamos por uma lacuna após a construção de Brasília em que até surgiram bons nomes, mas não havia tanta oportunidade - afirmou Giffoni, destacando o projeto de revitalização da Zona Portuária como um dos exemplos recentes de grandes intervenções.
Apesar de ressaltar que nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa são únicos na História, a vice-presidente de Relações Institucionais do Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Fabiana Izaga, concorda que a realidade atual no país é propícia para a consolidação de novos arquitetos.
- A questão não é só o surgimento de talentos, mas também um mercado de qualidade que possa absorvê-los. E para isso é necessária uma condição econômica favorável, o que temos no momento. Mas nomes como Oscar Niemeyer, Burle Marx e Lúcio Costa não aparecem a cada X anos. São gênios do porte de um Leonardo da Vinci - comentou Fabiana.
O papel fundamental de referência de Niemeyer é ponto pacífico entre os colegas. Não só a sua genialidade, mas como ele conviveu bem com o seu talento foi um dos pontos destacados por Jorge Hue, profundo conhecedor da arquitetura brasileira, como sua grande lembrança.
- Um momento que me emocionou muito foi quando estive no Palácio do Itamaraty, com a equipe dele. Fiquei impressionado com a humildade e a naturalidade do Niemeyer. Tinha a consciência do artista que sabe que a obra é dele enquanto é feita, mas depois é entregue para o mundo como uma dádiva.
Para Rodrigo Queiroz, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo, Niemeyer foi o grande arquiteto do século XX:
- Ele construiu o desejo presente na utopia das vanguardas modernas: acabar com a divisão entre arte e vida. Brasília é a maior materialização do projeto moderno.

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