segunda-feira, 18 de março de 2013

Classe média com moral: 75% desse público já tem imóvel próprio, diz pesquisa

A tendência é o crescimento, já que os bancos falam em expandir o crédito em 15% a 17%.
A cabeleireira e maquiadora de cinema Noêmia Melo conquistou seu primeiro imóvel depois de juntar dinheiro por alguns anos. Pagou à vista por um apartamento de três quartos no Rio Vermelho. Há 15 anos se orgulha de dizer que possui casa própria.
“Morava no Recife e quando vim para Salvador trabalhei muito para comprar o apartamento à vista. Ainda fiz um investimento. Na época, comprei por cerca de R$ 100 mil e hoje está valendo muito mais”, explica. 
Assim como Noêmia, 75% dos integrantes da classe média no Brasil possuem residência própria, segundo indica pesquisa realizada pelo instituto Data Popular que ouviu 1.800 entrevistados em todo o país no último trimestre de 2012. No Nordeste, esse índice chega a 80% de pessoas com moradia própria.
Sócio diretor do Data Popular, Wagner Sarnelli explica que a classe média tem tido um volume grande de aquisições, em função da forte participação na economia.
“Hoje, cinco em cada dez domicílios brasileiros são ocupados por pessoas da classe média. Apesar de muita gente achar que as residências e apartamentos seriam alugados, a  maioria deles, representados por 75%, é de propriedade dessa parcela da população”, informa.
Sarnelli pontua que há muitos casos de compras dos imóveis à vista, mas que a principal forma de aquisição desses imóveis é através do financiamento. Foi o que fez o jornalista Caio Coutinho, 29 anos, quando adquiriu seu imóvel em 2008 no bairro do Imbuí. 
“O tipo de financiamento foi o que garantiu a compra do imóvel. Consegui dar uma entrada relativamente baixa e parcelas com valores acessíveis. Mas, por exemplo, precisei dividir o imóvel em 30 anos.  Agora faltam 25”, brinca o jornalista.
Apesar do tempo longo para pagar o imóvel, Coutinho diz que essa foi a melhor maneira para comprar o imóvel. “Você pensa que é muito tempo, e é. Mas, quando você toma decisão ainda jovem, tem o tempo a seu favor. E também foi o que estabeleci como prioridade. Abrir mão de ter um carro, por exemplo,  pagar as parcelas do apartamento e reformá-lo sem passar grande aperto”, ensina o jornalista. Hoje, Coutinho mora no apartamento com a irmã e a mãe.
Público
Segundo Sarnelli, na hora da escolha do apartamento, a classe média busca prioritariamente a localização próximo de onde já mora. “Essas pessoas buscam manter as relações pessoais e, por isso, almejam sempre permanecer nos bairros onde eles já possuem a relação pessoal”, diz.
A pesquisa identificou um fator interessante no comportamento de compra das pessoas da classe média. Ao contrário da classe C, que não abre mão de áreas de piscina nos condomínios, a classe média prefere outros itens de conforto. “Esse público sabe que, no domingo, todo mundo vai querer descer para a piscina. Por isso, eles privilegiam, por exemplo, áreas de churrascaria e de práticas esportivas, por serem mais fáceis de manter as relações pessoais de forma privativa”, pontua.
O diretor regional Bahia da OAS Empreendimentos,  Pedro Aragão, indica que a estabilidade da economia brasileira favorece para um índice alto de moradias próprias na classe média.
“A estabilidade que a economia brasileira atingiu e a ampliação da oferta de emprego foram fatores que contribuíram diretamente para esse número. Além disso, o aumento da oferta de crédito pelos bancos foi definitivo para que mais pessoas pudessem realizar o sonho da casa própria”, pontua.
Aragão prevê que, para 2013, a tendência é de mais crescimento, uma vez que os bancos já falam em 15% a 17% de expansão no crédito. Para esse público, segundo explica Aragão,  hoje, a OAS tem os empreendimentos  Manhattan (Soho e Tribeca), Costa España, Stupendo Piatã e Evolution Business.
Mercado
Na pesquisa, o instituto Data Popular indica que 7,9 milhões de famílias da classe média pretendem adquirir um imóvel nos próximos dois anos. Segundo Sarnelli, o perfil dessa classe média é formado cada vez mais por profissionais liberais e jovens. “Principalmente jovens casais em início de vida”, comenta. 
O diretor regional Bahia da OAS Empreendimentos indica que esse mercado ainda tem muito a crescer na Bahia e no Brasil. “Estudos mostram que, se o país continuar crescendo de 3,5% a 4% na próxima década, atingiremos a marca de 75% da população na classe média. 
Isso quer dizer que teremos cada vez mais consumidores em potencial atingindo um patamar econômico necessário para a compra da casa própria e com acesso às facilidades de financiamento oferecidas pelas instituições bancárias” explica. Segundo ele, a classe média brasileira, hoje, é alvo de muitos setores da economia. “Com o mercado imobiliário, não é diferente”, aponta.
Classe média procura imóveis entre R$ 180 mil e R$ 500 mil 
Especialistas do setor imobiliário indicam que a classe média busca por imóveis com valores entre R$ 180 mil e R$ 500 mil. O diretor-geral da Ramos Catarino Brasil,  Paulo Henrique Duarte, explica que esse público procura nos imóveis, acima de tudo, localização, boas acessibilidades e infraestrutura no prédio. 
Ele acredita que esse segmento deve seguir nos próximos anos.  
“Acreditamos que, pelo menos nos próximos 6 a 7 anos, a demanda vai ser muito forte”, diz. Hoje, a empresa oferece para a classe média  três empreendimentos. 
O Villa Arboretto, no Cabula, tem duas torres de 14 andares com cinco apartamentos por pavimento.  As unidades de dois quartos têm 57,50 m² de área privativa, e as unidades de três quartos medem 71,6 m².  Também no Cabula tem o Condomínio Reserva Tropical com opções de 2 e 3 quartos, que medem 58,60 m² e 71,66 m², respectivamente. 
Além disso, tem o Natura Jardim - em Brotas - com a estrutura de um condomínio-clube de apenas uma torre, apartamentos de dois e três quartos, com 58,8 m² e 71 m² de área privativa, respectivamente. 
André Santo, diretor comercial da Liz Construções, indica que percebe que o público nessa faixa de renda busca cada vez mais conquistar imóveis.
“Observamos que as pessoas estão ganhando mais dinheiro, a distribuição de renda também melhorou no Brasil, além do aumento da classe média. Além disso, a facilidade de acesso a financiamento imobiliário ajuda a impulsionar o crédito para esse público”, diz. 
Entre os empreendimentos da Liz Construções voltados, atualmente, para a classe média estão o Morada Flor de Lis e Alto da Pituba. O primeiro está sendo construído no Jardim Brasília, próximo ao Detran. 
O residencial terá duas torres, apartamentos de dois quartos, quatro opções de planta, sendo de 52 m² a 54 m² de área privativa. Já o Alto da Pituba tem 18 opções de planta. Das seis unidades por andar, duas contam com 2 quartos, e as outras quatro têm três quartos. Como opção de lazer, o empreendimento  tem piscina, salão de festas, sala de ginástica, parque infantil e playground.

Fonte: RedImob

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