quarta-feira, 13 de março de 2013

Moradores de alta renda usam pouco área de lazer, diz estudo


Um estudo realizado na Universidade de Campinas (Unicamp), constatou que quanto maior a renda dos moradores, menos eles utilizam a área de lazer dos condomínios.
Foram entrevistadas 64 famílias de três condomínios em Guarulhos, na Grande São Paulo, divididas de acordo com a faixa de renda: de R$ 3 mil a R$ 6 mil reais e acima de R$ 6 mil reais. Além disso, a pesquisadora fez a análise de plantas e da documentação dos condomínios.
"É um estudo de caso, que indica uma tendência", explica a pesquisadora, Gislaine Cristina Villela Araújo, arquiteta e autora do estudo.
Dentre os condomínios analisados, no de menor renda, 87% dos entrevistados usavam os espaços coletivos. No de maior renda, apenas 50% afirmaram frequentá-los.
Paradoxalmente, é entre os empreendimentos voltados à população de maior poder aquisitivo que as áreas de lazer são privilegiadas. Piscinas com raias, espaços gourmet, salas de cinema, estúdios de ensaios para bandas, spas e outros itens constituem os benefícios dos condomínios mais luxuosos e menos aproveitados.
Os espaços mais utilizados são a piscina e o salão de festas. No entanto, afirma Gislaine, a tendência é aumentar a oferta de espaços livres e de uso coletivo e favorecer menos a área útil dos apartamentos.
Mesmo não usufruindo de todos os serviços, os moradores reconhecem a importância deles, principalmente em relação à valorização do imóvel, mesmo com o custo de manutenção. No universo da amostra, 90% disseram que a existência destes espaços de uso coletivo valoriza o imóvel e 70% afirmaram que o custo vale a pena.
Segundo a arquiteta, a falta de tempo, causada principalmente pela dedicação ao trabalho e envolvimento com outras atividades, além da opção por famílias menores, com menos filhos, influenciariam na baixa utilização desses espaços.
O estudo também constatou que os moradores de menor renda utilizam os espaços de lazer com mais frequência, ainda que essas áreas tenham metragem reduzida e sejam de menor qualidade. Eles apontaram também o desejo de que os espaços de convívio comum sejam ampliados.
A pesquisa foi conduzida pelo programa de Pós-Graduação de Arquitetura, Tecnologia e Cidade da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC).

Fonte: Folha de S. Paulo 

Nenhum comentário:

Postar um comentário