sexta-feira, 22 de março de 2013

Material de construção: baixa renda ergue as vendas em 10%

Os produtos de acabamento de menor preço são os mais procurados pelas famílias de baixa renda.

As classes mais baixas da economia cearense devem alavancar em, "pelo menos, 10%" a venda de materiais de construção em 2013, no Estado, segundo avaliação do diretor administrativo financeiro da Câmara dos Dirigentes Lojistas da Capital (CDL Fortaleza), Gilberto Costa. A estimativa eleva em aproximadamente sete pontos percentuais, ante o conquistado pelo setor em 2012, e tem nos produtos de acabamento mais baratos o principal artigo comercializado.
As reformas têm favorecido o comércio e potencializado as vendas do setor FOTO: JULIANA VASQUEZ 
No País, um levantamento do Ibope Inteligência estima gastos de R$ 119 bilhões, na comercialização de materiais de construção. O Nordeste participa com R$ 19,41 bilhões, ancorado, principalmente, na construção e na reforma de imóveis.
A pesquisa ainda confirma a informação do diretor da CDL Fortaleza, segundo quem "o cruzamento de dados entre regiões e classe social mostra que, ao contrário da média nacional, nas regiões Norte e Nordeste, a classe "C" tem potencial de consumo maior".
Comparativo
No comparativo, este crescimento de 10% estimado por Gilberto Costa representa ainda, alta de, aproximadamente, cinco pontos percentuais sobre 2012, que fechou com incremento entre 3% e 4%, sobre o ano anterior.
Costa observa, ainda, que o setor de venda de materiais de construção não depende do ritmo das grandes obras, como prédios e demais empreendimentos de porte industrial, mas dos pequenos consumidores, os quais movimentam o mercado da construção e o de reformas de casas. "Está havendo uma participação maior dessas classes - C, D e E -, por conta do dinheiro injetado nas famílias, pelos programas de distribuição de renda do governo Federal", declara. 
30% mais para acabamento 
Como principal linha de produtos a ser consumida pelas camadas mais baixas da sociedade, aqui no Ceará, o diretor administrativo financeiro da CDL Fortaleza aposta na linha de acabamento. Segundo ele, a demanda por esse tipo de material "cresceu, sem sombra de dúvida, mais de 30%" e deve aumentar mais ainda em 2013. 
"Não dá para estimar um kit médio para o setor, porque os produtos são muitos heterogêneos, mas, com certeza, a tendência é maior para os artigos de menor valor agregado", afirma Costa. No Brasil, o gasto per capita previsto pelo Ibope para o país é de R$ 726,00 enquanto, no Nordeste, chega a R$ 490,22.
Motivos 
Na avaliação do especialista, todo o "boom" na comercialização dos materiais de construção acontece por conta de o setor fazer parte das demandas reprimidas no Estado - assim como no país também - e porque poucas pessoas tinham acesso ao primeiro imóvel, e nem mesmo a oportunidade de reformas. "Acrescenta-se a compra da casa própria, o acesso aos cartões de crédito de pessoa jurídica para os pequenos comerciantes e também o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV)", aponta Gilberto Costa.
Segundo ele, o MCMV entra nesta lista porque cada proprietário, ao receber o imóvel novo, busca a personalização da casa nova e busca as lojas para comprar material de acabamento, como tintas, maçanetas, artigos para banheiro e até lâmpadas. 
Modalidades de pagamento 
Outra característica que marca a participação mais ativa das camadas mais baixas no comércio de material de construção, segundo o diretor da CDL Fortaleza, é o aumento do pagamento com cartão de crédito. Costa revelou que cerca de 50% de todas as vendas no setor são pagas com esta modalidade, o que significa um aumento de 25 pontos percentuais nos últimos cinco anos. "Ele cresceu também em detrimento do cheque e do próprio crediário, porque o cartão (de crédito) tem expressado mais segurança para o comércio", acrescentou. 
Quanto às compras à vista, ele disse quem não se alteraram nos últimos cinco anos e continuam representando 30% do vendido pelos lojistas do setor, enquanto os cartões de compras, como o Bndes, têm participação de "menos de 10%. Essa modalidade tem se revelado uma forma crescente de pagamento, por ter cada vez mais pequenos lojistas aderindo a ela. "Esse é um nicho que deve crescer muito nos próximos anos com o acesso dos pequenos empresários a este tipo de cartão", sinaliza.

Fonte: RedImob

Nenhum comentário:

Postar um comentário