Apesar de os preços dos imóveis continuarem a subir ano a ano, o tamanho dos lançamentos não tem acompanhado a esta alta. Pelo contrário.
Segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), os apartamentos novos em São Paulo tiveram uma redução de tamanho de 29% nos últimos cinco anos.
Considerando a área útil média ponderada, os imóveis construídos caíram, em geral, de 102,33 metros quadrados em 2007 para 72,85 metros quadrados no ano passado.
“Vejo este cenário pelo lado da demanda. Houve um aumento na procura por apartamentos com áreas reduzidas, e de menor valor ou padrão. São unidades pequenas com preços acessíveis”, avalia Luiz Paulo Pompéia, presidente da Embraesp.
Apartamentos com um dormitório tiveram queda na área útil média de 44,23 m² em 2007 para 39,28 m² em 2012 (Fotos: Banco de Imagens / Think Stock)
Para ele, em cidades como São Paulo, a diminuição do tamanho não fez o consumidor pagar menos, já que a redução na metragem foi compensada pelo forte aumento no valor do metro quadrado.
Este cenário de apartamentos mais apertados, no entanto, não significa que todas as tipologias ficaram menores. Isso acontece porque a área útil média ponderada leva em consideração a metragem dos bens e a quantidade de unidades lançadas no período com aquele perfil.
Assim, os únicos lançamentos que registraram queda efetivamente nos tamanhos em relação a 2007 foram os apartamentos com um dormitório, com uma redução de espaço de 11,2%. Em contrapartida, foi o único perfil de imóvel que registrou um crescimento significativo na quantidade construída.
Há seis anos, as 534 unidades lançadas com a tipologia mais enxuta do mercado tinham uma área útil média de 44,23 m². Já em 2012, esta marca caiu para 39,28 m² nos 4.740 lançamentos registrados.
“Em São Paulo, o número de apartamentos com um dormitório é quase dez vezes maior do que víamos em 2007. Já a quantidade de lançamentos com quatro quartos caiu quase cinco vezes”, pondera Pompéia.
Com isso, pôde-se notar que os imóveis com três dormitórios ficaram praticamente do mesmo tamanho (85,35 m² para 85,38 m²), e os bens com dois quartos tiveram leve alta na área útil média (52,63 m² para 56,60 m²).
A exceção ficou para a maior tipologia (quatro dormitórios), que ficou maior no intervalo analisado, subindo de 167,83 m² em 2007 para 186,63 m² em 2012. Porém, este perfil de imóvel está mais raro de se encontrar, já que foram construídas somente 2.692 unidades no ano passado, número bem inferior aos 13.304 anotados em 2007, segundo a entidade.
“Sem dúvida, há uma tendência para uma diminuição de espaços. Novos arranjos familiares, como solteiros, casais sem filhos ou até da terceira idade, e viúvos, têm gerado esta demanda por bens cada vez menores e com menos dormitórios”, concluiu Pompéia.
Fonte: Zap Imóveis
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