segunda-feira, 4 de março de 2013

Venda de casas caiu 50% nos últimos dois anos em Portugal

Dificuldade em obter crédito à habitação junto da banca, quebra de rendimento das famílias e oferta de imóveis dos bancos explicam a descida.

Só em 2011, a venda de casas baixou 20% face ao ano anterior, totalizando 167 496 imóveis transacionados; no ano passado, a quebra terá sido superior, calcula a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). "A minha previsão para 2012 é de que a redução no número de transações seja ligeiramente superior a 25%", diz Luís Lima, presidente da APEMIP
 A dificuldade em obter crédito e a queda do rendimento disponível das famílias explicam a queda nas vendas, enquanto os preços estão a ser pressionados pelo crescente número de casas colocadas pelos bancos no mercado. Desde o ano 2000 que o número de casas vendidas tem vindo a descer. Os dados recolhidos pelo Gabinete de Estudos da APEMIP dão conta que até 2011 a descida foi de 50%. Em termos de regiões, Lisboa (-61%), Algarve (-57%) foram as zonas do país onde a retração do mercado foi mais acentuada.
O valor médio das transações também tem vindo a recuar: em 2011, a quebra foi de 19,8% e no ano passado terá sido superior , estima Luís Lima. Globalmente, o valor médio dos imóveis caiu de 2010 para 2011 de 91,5 mil, para 73,4 mil euros. Embora, registando uma descida, Lisboa e Algarve são as zonas do país onde o valor médio das transações é mais elevado , com 141 mil e 122 mil euros, respetivamente. Já os Açores é a região onde a média do valor das transações é a mais baixa: pouco mais de 36 mil euros.
Ricardo Sousa, administrador da Century 21, confirma o colapso do mercado. "Fechámos 2012 com um valor médio por transação na ordem dos 100 mil euros. No ano anterior, esse valor era ligeiramente acima", diz. "Houve um recuo sobre o valor médio da transação de cerca de 10%", continua. Mas isso não significa que tenha havido uma desvalorização dos imóveis na mesma ordem de grandeza. Houve sim, explica o administrador da Century 21, "mais procura e mais transações realizadas em imóveis com valores mais baixos". "Neste momento quem vende são as famílias que têm muita urgência em vender as casas, o que faz com que sejam mais agressivos no valor da venda do imóvel", constata Ricardo Sousa. A pressão é "mais no segmento médio e médio baixo, nos imóveis entre os 70 e os 80 mil euros", diz o responsável da Century. "Em Lisboa e nos principais centros urbanos, o valor mantém-se estável", afirma.

Fonte: Redimob

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