segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mobiliário infantil tem poucas variações; veja como fugir da mesmice

Mesmo antes de o bebê nascer, os pais já têm trabalho e gastos -sobretudo se a ideia é fugir do tradicional berço e cômoda brancos. E, quando eles crescem, não é diferente. A oferta de móveis infantis com design é restrita, mas já desperta o interesse de profissionais do setor.

Foi só com o nascimento do primeiro filho, Dom, em 2011, que o arquiteto carioca João Bird atentou para a baixa oferta. "Fiquei chocado com a falta de objetos para essa faixa etária. Não havia móveis delicados e emborrachados para ele brincar", diz Bird, que resolveu ele mesmo começar a produzir para esse público.


Os irmãos Humberto e Fernando Campana anteviram essa lacuna. Em 2002, criaram a poltrona Banquete, com dezenas de bichos de pelúcia costurados, um a um, no estofado. "Nós tivemos uma infância feliz, que nos levou ao design. A poltrona tem uma relação com o humor, com o caos positivo e a risada. Ela é uma celebração de alegria", afirmam.
Para a arquiteta Thereza Dantas, o mobiliário infantil ainda é estigmatizado e tratado como algo provisório.
"Cada objeto deve fazer parte de um contexto e promover um diálogo com a decoração do restante da casa."
Na hora do orçamento, a escolha por produtos não convencionais pode desanimar. Um berço da Ameise Design, por exemplo, que vende peças com design, de ar retrô e com referências à cultura nacional, como o berço com linhas inspiradas em Brasília, custa R$ 2.500.
Na loja Vanessa Guimarães, um "kit berço" com seis peças, mais um "kit higiene" e três almofadas, custa a partir de R$ 5.000. "Com peças da cama da babá, o valor será maior", diz Guimarães.

A proposta das arquitetas Silvia Cabrino e Lucyene Del Alamo foi mais ousada. Nesse caso, os brinquedos fazem parte da decoração, como é o caso do pinball no teto, jogo da velha e dardo imantado na parede e, quando a bicama é aberta, há um autorama, que pega muito espaço e, por isso, ganhou um lugar especial

Prateleiras, nichos , gavetões com rodízio e mezanino foram as formas que a arquiteta Beatriz Dutra disponibilizou para as crianças manterem o espaço organizado e com os brinquedos sempre à mão. Segundo Beatriz, o mezanino deve ser usado com a supervisão de um adulto

Segundo Beatriz Dutra, prateleiras que deixam os livros visíveis ajudam a estimular a leitura

Para as arquitetas Ana Rozenblit e Sabrina Salles, da Spaço Interior, o mezanino, além de ser mais um espaço para guardar brinquedos, é uma espécie de “casa na árvore”, que até mesmo crianças que moram em apartamento podem desfrutar. Prateleiras, nichos, móveis com rodízio e gavetões garantem a organização do quarto

A arquiteta Crisa Santos apostou no minimalismo para organizar o espaço. Nichos com linhas retas e prateleiras que abrigam caixas organizadoras, que também decoram, foram as opções da profissional

Nichos com ferragens ajudam a organizar e também a satisfazer às necessidades da criança conforme ela cresce, já que é possível remanejar os nichos

A arquiteta Andrea Ruggieri apostou em um projeto de marcenaria do tamanho proporcional ao das crianças, para que, na hora de guardar a bagunça, elas tivessem acesso de forma segura às portas dos armários e nichos

Uma caixa de organização se tornou multifuncional quando a profissional optou em fazê-la de pufe

A escrivaninha tem o tamanho certo para crianças. Portas e gavetas na peça auxiliam na organização

Pouca informação e muito espaço foi a proposta da arquiteta Regina Adorno, quando optou em usar caixas que aparentam piso elevado, no nível da cama. Jogos e bolas podem ser colocados na caixa de volume aparente

"Fazemos móveis para passar de geração para geração. Recomendamos uma base branca no primeiro filho, para, depois, renovar a peça para o segundo", diz a arquiteta da Ameise, Luciana Raunaimer.
Segundo ela, móveis com poucas características infantis podem ganhar outras funções. "Já vi cliente que fez da cômoda um bar para a sala."
Uma alternativa para ter móveis com estilo próprio é recorrer a um marceneiro.
"É possível orçar com um marceneiro a cômoda, o armário, os nichos e as prateleiras. Como existem normas de segurança específicas para essas peças [do Inmetro], não recomendo isso para o berço", diz Marina Torres Lobo, da Triplex Arquitetura.
Para orçamentos enxutos, que não comportam o elemento "design", a loja Magoo Baby, por exemplo, que fica no Brás, oferece peças de estilo simples, como berço que vira cama (com colchão), cômoda e roupeiro de três portas, tudo de MDF, por aproximadamente R$ 1.200.
"Se não quiser o roupeiro, o investimento pode ficar em R$ 600", diz Adolfo Larcher, gerente de vendas. (CAROLINE APPLE E JULIA BENVENUTO)

Fonte: Folha de S. Paulo 

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