quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Alternativas de fianças servem de proteção aos proprietários de imóveis

Valorização no Rio de Janeiro deixa aluguéis mais caros e dificulta acerto de locação


Citada pela ECA International como a cidade com o quarto aluguel mais caro nos países do continente americano, em 2012, o Rio é palco de uma acirrada disputa por contratos de locação mais em conta. O impasse: garantias de condições mais vantajosas para os proprietários geralmente implicam em desembolso de altas quantias por parte dos inquilinos.
O que acontece em todas as formas de fiança (exceto no caso do fiador pessoal) é que para garantir que o aluguel será pago em dia ao longo dos meses contratados, o interessado deve adiantar uma caução, seja por meio do título de capitalização, do seguro fiança, ou do fiador pessoa jurídica. Esta reserva vai assegurar que o proprietário tenha como recuperar o dinheiro nos casos de atraso ou inadimplência.

'O seguro fiança é eficaz, mas locatários acham o preço salgado', Rilvete Moreira, diretora da Quadra Zen
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia


As formas de fianças profissionais vieram para ficar, sustenta o presidente da imobiliária Patrimóvel, Rubem Vasconcelos. “O mercado está se modernizando e se adaptando cada vez mais à escassez de fiadores”, argumenta.
“Ninguém mais quer ser fiador, são muitos os constrangimentos em torno desse tipo de garantia. O parente não quer negar o pedido do neto ou do sobrinho e acaba topando ser seu fiador contra a sua vontade. E hoje isso não é mais necessário”, afirmou.
Na opinião de Rubem e de outros representantes de imobiliárias, a tendência é que empresas de capitalização e administradoras ofereçam outras alternativas para o inquilino.
As novas opções disponíveis têm agradado especialmente a proprietários que estão respaldados por garantias mais sólidas de pagamento do aluguel. “O seguro fiança é bastante eficaz, as imobiliárias aceitam bem, mas alguns locatários acham o preço um pouco salgado”, pondera Rilvete Moreira, diretora da administradora Quadra Zen.
Mercado testa novas modalidades de fiança
O mercado imobiliário está otimista com as novas formas de fiança. Mas será que as mudanças interessam aos diferentes perfis de inquilinos?
Na administradora de imóveis Renascença, a garantia facilitada é a mais procurada pelos futuros moradores. Nela, a empresa é contratada para ser fiadora pessoa jurídica e cobra pelos riscos assumidos.
A imobiliária e seu patrimônio são os garantidores da relação por meio do ‘contrato acessório de fiança empresarial’. A forma de pagamento é flexível, podendo ser parcelada em até dez vezes, como explicou o vice-presidente Edison Parente.
“A taxa cobrada fica em torno de quatro vezes o valor do aluguel e será paga mensalmente, por 30 meses, incidindo ainda os 6% de manutenção da fiança”, explica Parente.
Ernesto Presa, 32 anos, alugou um imóvel no Recreio para a família e preferiu recorrer ao depósito caução
Foto:  Divulgação
É uma escolha popular, na avaliação da empresa. Cerca de 85% dos clientes optam pelo método, que permite parcelamento das tarifas de contrato e sai mais barato que o seguro fiança, segundo o empresário.
Na imobiliária Sawala, o seguro é o mais procurado. “Ele garante mais segurança ao proprietário, ele cobre o valor do aluguel, condomínio e IPTU”, informa a diretora do setor de locação, Laís Alves.
Os títulos de capitalização também são bastante atrativos para os que dispõem de reserva financeira para a garantia. O valor é estipulado entre as partes (locador e locatário) sendo, normalmente, um múltiplo do aluguel. Uma vez comprado pelo futuro inquilino, seus direitos são cedidos ao proprietário por meio do contrato de locação.
De posse do título, o dono do imóvel fica caucionado, podendo usar o dinheiro que está retido na empresa de capitalização para cobrir eventuais atrasos e inadimplência. Ao término do contrato, o valor será devolvido ao titular em sua integralidade (se não houver débitos) e corrigido pela Taxa Referencial (TR).
Apesar das novidades, há quem prefira depósito caução e o fiador pessoal. “O primeiro é a pior das garantias, mas culturalmente é uma das fianças mais populares”, diz Parente. Ernesto Presa concorda que fiador é coisa do passado, mas quando teve que escolher a garantia, optou mesmo pelo depósito caução. “Os inquilinos hoje têm várias opções, mas eu e minha família optamos pelo depósito porque é mais prático”, explicou.
Dificuldade ao alugar com bom preço
As dificuldades envolvendo a locação são velhas conhecidas dos inquilinos. Achar um imóvel bem localizado, sem problemas de infraestrutura, com espaço agradável e bom preço é difícil até imaginar.
Luzia Neto, de 26 anos, alugou uma quitinete em Pilares há seis meses. Ela fez a busca priorizando os baixos valores para poder, enfim, morar sozinha.
“Desde os 18 anos eu divido apartamento. Nas primeiras experiências cheguei a dividir até com quatro pessoas ao mesmo tempo, para conseguir pagar as contas e o aluguel”, contou.
Ela optou por imóvel menor na Zona Norte e economizou na garantia. As formas profissionais de fiança não couberam em seu orçamento. Então, deu preferência, como muitos, ao cheque-caução.
“O seguro fiança é proibitivo, não vale a pena para mim. Mais rápido, prático e realmente barato é o depósito ou cheque-caução”, defendeu Luzia. “Apesar do que sustentam alguns empresários, essa ainda é uma forma bastante popular de fiança”, disse a vendedora de loja.
Capitalização
Brasilcap - O braço de capitalização do Banco do Brasil trabalha com a linha ‘CapFiador’. A fiança, nesse caso, é feita por meio dos títulos de pagamento, comercializados pela empresa BrasilCap. Estão disponíveis nos prazos de 12, 15 ou 30 meses. Veja em http://goo.gl/fvNguS
Sulacap - Outra alternativa para a compra de títulos com a finalidade de caucionar o proprietário é o produto ‘Novo Garantia de Aluguel’. Veja no link http://goo.gl/ow87jZ
Bradesco - A Bradesco Seguros começou a trabalhar com os títulos em julho deste ano, com o produto ‘Solução de Aluguel’. Os preços variam de R$ 100 a R$ 50 mil. Saiba mais no site http://goo.gl/xFYtOH.

Fonte: O Dia





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