segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Custos vão além do aluguel; gastos com imposto e condomínio pesam

Ao voltar da Áustria, onde morou por seis anos, a fotógrafa e atriz Soraia Costa, 31, ficou surpresa com os preços de São Paulo. Ela precisou pesquisar muito até achar um imóvel que coubesse no seu bolso e no do marido, o austríaco David Wendefilm, 35, também fotógrafo e ator.
Na hora de mudar, muita atenção. No contrato, constava que o apartamento, que precisaram pintar, fora entregue com a pintura em dia. Exigiu alteração, mas o novo documento repetia o erro e só em nova versão foi corrigido.
Após a mudança, ficaram duas semanas sem luz --ela reclamou com a imobiliária até o aluguel no período ser descontado.
"Além disso, vi que que um vidro estava quebrado. Não concordei e anexaram esse item no contrato", conta.
Segundo especialistas, os inquilinos, como Soraia, precisam ter muita atenção na hora da locação para evitar problemas.
"Se o imóvel está ruim, exija um reparo ou solicite um abatimento no preço no aluguel", diz Mark Turnbull, diretor de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).
Adriano Vizoni/Folhapress
SAO PAULO- SP - BRASIL, 25-09-2013, 20h00: SOBE E DESCE. Retrato do casal Soraia e David para materia servico sobre aluguel de imoveis. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, IMOVEIS) ***EXCLUSIVO FSP***
Soraia Costa, 31, e David Wendefilm, 35, ficaram duas semanas sem luz e reclamaram na imobiliária ser descontado no aluguel
Mesmo sendo uma operação mais simples do que a compra de um imóvel, o aluguel exige atenção para virar um bom negócio e não se tornar uma busca sem fim.
A primeira dica, para não levar muito tempo, é definir uma região, a quantidade de quartos e se será casa ou apartamento.
Para Carolina Mussi, diretora de locações da Lopes, após escolher alguns bairros, o cliente começará a perceber se o aluguel lá estará ou não adequado ao seu orçamento.
Se não estiver, a solução será procurar em bairros com perfil parecido ou alterar a quantidade de quartos (ver quadro com a maior variação por região da cidade).
Para quem não abre mão do distrito escolhido, a saída é bater perna e procurar muito.
A arquivista Rafaela Polon, 23, conta que achou, em Pinehiros (zona oeste), um apartamento cerca de R$ 800 mais barato que a média da região. Mas a busca durou cerca de cinco meses.
"É bom bater em prédio, conversar com porteiro. Dispensamos imobiliária para sair mais barato", aconselha Polon.
Antes de fechar negócio, é importante caminhar pelo distrito e conversar com a vizinhança para conhecer o perfil do local e não ser surpreendido negativamente após a mudança.
CONTAS
Mesmo depois de encontrar o imóvel ideal e com um bom preço, é preciso fazer um planejamento financeiro.
Vale a pena checar o valor do IPTU (Imposto Predial e. Territorial Urbano), da taxa de condomínio e até questionar o porteiro se o prédio passa ou passará por reforma, pois ela encarecer a taxa.
Foi o que aconteceu com a estilista Carolina Campos, 27. Em sete meses, desde que se mudou para o apartamento, na região central de São Paulo, a taxa de condomínio aumentou duas vezes, em razão de reforma no prédio. Hoje, paga taxa cerca de 30% mais cara do que ao alugar o bem.
Para Mussi, da Lopes, um momento decisivo para evitar problemas é a vistoria, quando inquilino e proprietário devem entrar em acordo sobre o estado do imóvel na hora da locação. Na devolução da residência, tudo tem que estar como no início da locação.
Marcia Vavassori, gerente de locação da imobiliária Lello, diz que é importante destacar e fotografar itens com avarias, para que o inquilino não seja cobrado por danos no fim do contrato. Ela recomenda checar torneiras, azulejos e pintura.
Segundo Vavassori, o locatário deve verificar também, antes da mudança, se o chuveiro, aquecedor e pia, por exemplo, estão funcionando corretamente.
Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress

Fonte: Folha de S. Paulo 

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