A moda dos outlets, mais conhecidos para artigos de roupas e calçados, chegou também ao mercado de imóveis.
Segundo Rodrigo Resende, diretor de marketing da construtora MRV Engenharia, o termo é uma "tendência". Ele diz, no entanto, que, na prática, os outlets não se diferem de outras estratégias de venda das construtoras --como megastores, showrooms e feirões-- para desovar estoques.
Na última terça-feira (27), a incorporadora e construtora Rossi promoveu um outlet on-line de venda de imóveis.
A partir de uma ferramenta do Google chamada "Hangout", um apresentador, clientes e representantes regionais da empresa interagiram, ao vivo, por voz, vídeo e chat no canal oficial da construtora no YouTube.
O "Outlet Digital Rossi" teve duração de aproximadamente uma hora e, segundo estimativa da incorporadora, mais de 10 mil pessoas acompanharam o programa. Os descontos ficaram em torno de 35%.
Marcelo Dadian, diretor de marketing nacional da Rossi, conta que o outlet da construtora oferece "unidades de andares mais baixo, talvez uma vista menos privilegiada e uma luminosidade não tão boa ou menos vagas de garagem". Segundo ele, essas características são compensadas pelos descontos.
"É como em outlets de roupas: não é o último modelo, mas é de grife", compara.
A MRV Engenharia também tem um outlet virtual, que deve durar até o final de agosto.
No site da construtura, 200 corretores on-line estão disponíveis 24h para consulta. O interessado pode fazer uma simulação de compra e agendar uma visita com corretores espalhados pelo país destinados a atender exclusivamente clientes virtuais.
Desde junho, a MRV também usa o Facebook para negociar unidades. Segundo Rodrigo Resende, 35% das vendas da MRV são feitas pela internet.
EXPERIÊNCIA
Anthony Selman, diretor de varejo para a América Latina da consultora imobiliária Cushman & Wakefield, diz não acreditar que outlets virtuais possam desbancar as "vendas físicas".
"A internet é um canal adicional. A experiência de ir a um outlet é única e acredito que o brasileiro vá gostar".
Ele explica que na configuração tradicional (com lojas físicas), os outlets costumam ser construídos fora do centro das cidades, porque o aluguel é mais barato e os espaços com menor acabamento também contribuem para baratear a operação.
Embora ainda tímidos no Brasil, Selman prevê que nos próximos cinco anos uma média de dez novos outlets surjam no país.
GARANTIAS
Mesmo no caso de vendas pela internet, a supervisora de habitação do Procon-SP, Renata Reis, diz ser essencial se inteirar do projeto ou visitar o imóvel antes de fechar o contrato.
"É importante verificar as condições do local ou se o imóvel tem garantia para vícios estruturais, que é de cinco anos", diz.
Em caso de defeitos, ela já recomenda pedir à construtora reparos ou abatimento do preço.
Reis adverte ainda para outros cuidados antes de assinar o contrato de compra de um imóvel. Entre eles, solicitar o memorial descritivo da unidade e verificar, em caso de parcelamento, se seu perfil se encaixa no exigido para o crédito pelo banco.
Em feirões, é comum também a cobrança de taxas como corretagem e assessoria imobiliária. Renata Reis explica que essas taxas não podem ser impostas ao cliente e que a taxa de interveniência (cobrada quando o empréstimo não é feito pelo banco indicado pela construtora) pode configurar prática ilegal de venda casada.
Divulgação | ||
Enseada, empreendimento da construtora Rossi no litoral de SP, foi umas das ofertas de 'outlet' |
Fonte: Folha de S. Paulo
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