terça-feira, 16 de abril de 2013

Conforto e segurança para residências são normatizados pela ABNT


Norma NBR 15575 estabelece critérios que garantem a segurança de itens como estrutura, pisos, coberturas e instalações

A indústria da construção brasileira está passando por uma revolução conceitual em relação aos requisitos de segurança e conforto para casas e edifícios residenciais. A Norma de Desempenho de Edificações, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em vigor a partir de 19 de julho de 2013, vai estabelecer critérios que garantem o desempenho de imóveis residenciais. A NBR 15575 responsabiliza em conjunto fabricantes, projetistas, construtores e usuários pela qualidade dos empreendimentos. Pela primeira vez, uma norma brasileira associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor com instruções claras e transparentes sobre como avaliar os resultados.
Até então, as chamadas normas prescritivas determinavam padrões para certos produtos, sobre como eles deveriam ser feitos e em que tamanhos. Agora, a norma NBR 15575 diz quais níveis de segurança, conforto e resistência devem proporcionar cada um dos sistemas que compõem um imóvel: estrutura, pisos, vedações, coberturas e instalações.  “O Brasil passa a enxergar o edifício de uma forma sistêmica, olhando para o todo, e não só para as partes”, afirma Paulo Campos, professor de Arquitetura da Universidade de São Paulo (USP) e superintendente do Comitê Brasileiro da Construção Civil da ABNT.
Desempenho para durar mais
A preocupação com o desempenho das construções começou a ser desenvolvido na Europa após a Segunda Guerra Mundial, quando se verificou que eram necessários padrões nas edificações para que elas durassem mais. Durante os anos 1960, os testes de qualidade desenvolvidos lá se expandiram pelo mundo. “É um conceito fácil de entender e difícil de praticar, porque traduz necessidades humanas em requisitos técnicos”, afirma o engenheiro Carlos Borges, vice-presidente do Secovi-SP. “Na Europa, foi feito um grande investimento para garantir a sustentabilidade. Eles queriam prédios que durassem o maior tempo possível”.
A Norma de Desempenho de Edificações prescreve, por exemplo, que a estrutura de uma parede deve aguentar determinada força sem apresentar falhas ou rachaduras. Sistemas de coberturas têm que apresentar resistência ao fogo durante um determinado período de tempo. Tubulações hidrossanitárias expostas devem suportar até cinco vezes seu próprio peso, para que não se rompam com facilidade gerando transtornos. A norma prevê uma série de situações de risco para o imóvel e fornece não só a medida, como também instruções de como medir se os sistemas são seguros. Trata-se de um documento de alto nível técnico, que vai orientar fabricantes de materiais, projetistas e construtores. 
A NBR 15575 traz alguns conceitos inéditos nas normativas brasileiras, como o conceito de vida útil para os sistemas. Quando adquirir um imóvel, o comprador passa a saber exatamente o tempo mínimo que cada sistema deve manter seu desempenho se operados corretamente.
Todo mundo de olho
A partir de agora, caso o morador verifique algum problema em sua casa ou apartamento, ele terá um critério objetivo para cobrar ou não quem lhe vendeu o imóvel. Mas também assume parte da responsabilidade, devendo seguir as regras do Manual de Uso, Operação e Manutenção, que será entregue junto com o imóvel aos usuários. A norma trará muitas mudanças ao mercado da construção; muitas faculdades terão que adaptar seus currículos.
Para orientar consumidores e produtores de habitações será lançado o Guia Orientativo para Atendimento da Norma ABNT NBR 15575/2013. Ele trará os critérios de desempenho e dados técnicos e deverá ser atualizado periodicamente, reunindo um número cada vez maior de informações sobre produtos e capacidade técnica implantada no país e servindo de referência para empresas que buscam se adequar a essa nova realidade do mercado de construção no Brasil. 
Fonte: Pense Imóveis 

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