quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lançamentos de imóveis caem no terceiro trimestre, diz Secovi

O lançamento de imóveis em São Paulo perdeu fôlego no terceiro trimestre e caiu 6% na comparação com o mesmo período de 2012, conforme dados divulgados nesta terça-feira (19) pelo Secovi (Sindicato da Habitação de SP).
Considerando só os números de setembro, a queda foi ainda mais acentuada, de 22%, de 2.964 unidades ante 3.805 do ano passado.
Mesmo assim, o mercado manteve suas projeções, de lançar 33 mil unidades e vender 35 mil unidades no ano.
VENDAS
As vendas em setembro também tiveram queda, de 19,6%, com 2.953 unidades vendidas ante 3.674. Na comparação trimestral, houve um aumento de 12%, o que indica uma desaceleração no último mês do período.
Segundo Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi, é um movimento natural do mercado, mas não há uma explicação para esses dados. A visão é compartilhada por Ana Maria Castelo, pesquisadora do setor da construção da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Segundo ela, a queda não indica necessariamente uma tendência de queda. "Não teve uma mudança no cenário", afirma ela.
No acumulado do ano, o desempenho foi positivo, puxado pelo primeiro semestre do ano. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 25%. Nesse período, houve um aumento de 10,4% nos preços, acima da inflação. Segundo Castelo, a alta chamou atenção porque o mercado não esperava um desempenho tão positivo.
No primeiro semestre, o setor obteve um resultado surpreendente devido, sobretudo, a uma demanda represada em função de problemas na aprovação de projetos em 2012.
Para o último trimestre do ano, há uma expectativa de que 12 mil unidades sejam lançadas. No fim do ano, há uma tendência de aumento nos lançamentos.
Em vendas, o VGV já alcançou R$ 14,5 bilhões, o que já equivale ao total vendido em 2012, segundo Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi.
A diminuição no número de lançamentos fez com que houvesse uma diminuição também da oferta total. Hoje, o estoque se encontra em 16 mil unidades. No fim do ano, eram 20,5 mil, uma redução de cerca de 22%.
Para o ano que vem, o presidente do Secovi Cláudio Bernardes afirma que, por um lado, há uma grande expectativa do mercado imobiliário devido aos grandes eventos e às eleições, que estimulam a economia. Ao mesmo tempo, a revisão do plano diretor estratégico, que ocorre na Câmara, pode travar o mercado devido às incertezas, segundo ele.
COMERCIAIS
Os imóveis comerciais estão tendo um ano ruim. Houve uma queda de 31% nos lançamentos no acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano passado e uma redução de 38% nas vendas no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano.
Ao mesmo tempo, houve um crescimento expressivo, no acumulado do ano, nas vendas e lançamentos de imóveis de um dormitório, que cresceram 213,1% e 185%. Segundo Petrucci, pode haver uma migração de compradores do comercial para o de imóveis de um dormitório.
Mesmo assim, segundo ele, ainda a maioria dos imóveis é comprada para uso moradia.

Fonte: Folha de S. Paulo 

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