quarta-feira, 3 de abril de 2013

Compactos de dois quartos são maioria

Apartamento de três dormitórios dá lugar às unidades menores para famílias que estão entrando no mercado

Divulgação/Patricia Lion / Reservas do Bosque: unidades com dois quartos em condomínio com muitas áreas de lazer
Reservas do Bosque: unidades com dois quartos em condomínio com muitas áreas de lazer


Compactos para famílias pequenas ou luxuosos para um público eclético: um giro rápido por bairros de Curitiba revela que os apartamentos com dois quartos estão por toda parte. Entre edifícios de menor porte, condomínios-clube ou prédios de alto padrão, a oferta é variada – e não se trata de mera impressão. Há quatro anos seguidos, de acordo com dados da Ademi/PR (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná), esse tipo de unidade é maioria no volume de lançamentos na cidade: em 2009, eles corresponderam a 52% do total de unidades novas e em 2012 eram 44%.
Há pouco tempo, não era assim. Quem procurasse um apartamento novo com dois quartos teria dificuldade para encontrar um produto novo e bem localizado. “Não havia oferta porque não havia demanda”, resume Ricardo Batista, gerente comercial da Cyrela Paraná. A entrada de novas faixas de consumidores no mercado imobiliário, a partir da ampliação do crédito, levou as incorporadoras a mudar o radar. “Os compactos de dois quartos passaram a ser o imóvel de entrada para as famílias com renda mensal de até R$ 10 mil”, observa Batista.
A mudança foi sentida a partir de 2008, quando cerca de 2,3 mil unidades desse tipo foram lançadas em Curitiba. No ano seguinte o número pulou para 3,6 mil – um aumento de 56%.
Esse desempenho é confirmado por uma recente pesquisa do Sinduscon/PR, o sindicato das construtoras. De acordo com o levantamento da consultoria Brain, 52% dos moradores de Curitiba que buscam imóvel para comprar dizem estar procurando por apartamentos de dois dormitórios. “É um ajuste natural. As famílias estão menores, as pessoas estão casando mais tarde e há também novas configurações familiares”, afirma Marcos Kahtalian, diretor da Brain. Além disso, aponta o consultor, a diferença na metragem do apartamento com um dormitório a menos pesa bastante no preço final do imóvel novo. “Entre a unidade de três e a de dois quartos, a diferença pode ser de R$ 30 mil ou mais”.
Sucesso de vendas
Em 2008, sinalizando essa transformação, a construtora Living, braço da Cyrela focada em imóveis mais baratos, chegou à capital paranaense com um condomínio de apartamentos compactos de dois e três dormitórios no Atuba, totalmente vendido no lançamento. De lá para cá, a Living lançou e entregou edifícios em bairros como Santa Quitéria, Ecoville e Linha Verde.
Só este ano, a construtora vai entregar 1.200 unidades desse tipo. São apartamentos com tamanhos entre 40 e 70 metros quadrados em condomínios com muitas áreas comuns para o lazer dos moradores. Os preços vão de R$ 150 mil a R$ 300 mil.
Grandes construtoras como Thá, Vanguard, In­­vespark, MRV e Gafisa, ao lado de outras de menor porte, participam desse mercado. Diego Filardi, gerente executivo de incorporações do Grupo Thá, diz que as unidades de dois dormitórios tendem a apresentar custo-benefício ideal para o cliente e para a incorporadora. Outro ponto destacado por Filardi, e também por Ricardo Batista, é a liquidez desse tipo de produto – assim como acontece com os apartamentos de um quarto, o dois quartos tem velocidade de vendas e de locação atraentes para o investidor.
Fonte: Gazeta do Povo 

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