quarta-feira, 10 de abril de 2013

Vale a pena investir em condo-hoteis?

Empreendimentos unem investimento imobiliário ao negócio da hotelaria

Divulgação / Projeto do Urban Office & Hotel: torre terá 224 salas comerciais, 196 apartamentos de hotel e lojas
Projeto do Urban Office & Hotel: torre terá 224 salas comerciais, 196 apartamentos de hotel e lojas

Dois empreendimentos de fôlego, com características semelhantes, chegam ao mercado de Curitiba trazendo uma nova modalidade de investimento. O Urban Office & Hotel, da Cyrela, no bairro Cabral, e o The Five, da Tecnisa, no Centro, combinam torre comercial e mall de lojas a um hotel.
Nos dois casos, as incorporadoras afirmam que investir em condo-hotel é um bom negócio: o comprador torna-se proprietário de um, ou mais, apartamentos, dentro de um imóvel a ser administrado por redes hoteleiras. É um formato que atrela o investimento imobiliário ao negócio – e portanto ao desempenho – da hotelaria, apresentando vantagens e riscos.
De acordo com Tomás Mar­­tins, professor da PUC-PR e especialista em administração, ao optar por esse modelo o investidor deve levar em conta três fatores: a oferta e a demanda por novos empreendimentos hoteleiros e também os riscos do negócio. Ao fim das duas obras, a cidade, hoje com cerca de 6,5 mil leitos em hoteis urbanos, ganhará cerca de 700. O hotel da Intercity/Cyrela terá 196 apartamentos e o da Tecnisa, que será operado pela rede espanhola NH, outros 180.
Demanda
“Estudo da FIFA aponta que a demanda por leitos em Curitiba está preenchida”, observa Martins, que concluiu doutorado com tese sobre a rede hoteleira da capital paranaense. As incorporadoras miram adiante: o The Five será entregue em 2017 e o Urban em 2016. Para as empresas, a cidade – hoje o quarto PIB entre as capitais brasileiras – precisa de novos hoteis.
João Auada, diretor de negócios da Tecnisa para a região Sul, lembra que a construção está parada há quase dez anos em Curitiba. “Os hoteis mais recentes, de bom padrão, são de 2004 e 2001”.
O diretor geral da Inter­­City, Alexandre Gehlen, cita o mesmo dado e complementa: “A demanda por hospedagem cresce junto com o PIB”.
Auada explica que a incorporadora baseou o perfil do The Five em um estudo encomendado para a consultoria BSH. “Entendemos que o terreno tinha vocação para o formato multi-uso, com unidades comerciais, residenciais, lojas e hotel. A pesquisa confirmou esse dado e também a necessidade de hotel com padrão correspondente a um 4 estrelas”, relata.
Atenção
Potenciais investidores vêm recebendo atenção por parte das incorporadoras, interessadas em explicar o novo modelo de investimento. Há uma semana, a Cyrela promoveu, em parceria com a Câmara Americana de Comércio (Amcham) um fórum sobre economia e investimentos, com palestrantes renomados como o analista Ricardo Amorim, o vice-presidente do Grupo Battistella, Marcos Perillo, e o especialista em gestão de fundos de renda variá­­vel do Votorantin Asset, Alexandre Reitz Amaral. Alexandre Gehlen e o diretor comercial da Cyrela Sul, Ricardo Jornada, também estiveram presentes ao evento.
A Tecnisa, que faz o lançamento oficial do The Five na próxima terça-feira, dia 16, prepara ações de divulgação. João Auada não vê competição entre diferentes negócios dentro do mesmo empreendimento. “Existem vários perfis de investidores. Temos aqueles que buscam especificamente pelo conjunto comercial. Há os que preferem investir no residencial. E certamente teremos os investidores para o hotel”, observa, ressaltando que já na fase de pré-lançamento, o The Five gerou bastante interesse no mercado.

Múltiplo uso
Sinergia entre hotel e unidades comerciais gera movimentação
Cyrela e Tecnisa apostam que o momento é propício para a chegada de novos empreen­dimentos hoteleiros de categoria superior em Curitiba, dentro do formato “múltiplo uso”. “Investir nesse segmento é uma tendência mundial”, afirma o diretor executivo da Cyrela Paraná, Marlus Doria. Estudos da empresa indicam que o Urban alcançará taxa de ocupação mensal entre 65% e 75%. Lançado em dezembro, o condo-hotel já teve 50% das unidades comercializadas, segundo a Cyrela.
Ricardo Jornada, diretor comer­­cial da Cyrela Sul, ressalta que o formato de condo-hotel é diferente dos flats e apart-hoteis que despertaram interesse na década de 90. A presença de uma marca como a Intercity e o ambiente favorável para o segmento hoteleiro sinalizam novos tempos, diz. “Tanto o setor imobiliário quanto o da hotelaria evoluíram e se profissionalizaram”, observa o executivo.
Marlus Dória aponta as vantagens para o comprador. “O investidor terá retorno mensal e tranquilidade, pois toda a operação e manutenção será feita por uma rede hoteleira com experiência e credibilidade”, completa. Participação nos resultados do estacionamento rotativo é outro item atraente. “Ser sócio de hotel é investir no mercado imobiliário sem preocupações com inquilinos, manutenção e outros riscos pertinentes ao negócio de locação”, destaca.
João Auada, da Tecnisa, lembra que no The Five, além da parte hoteleira, outras operações vão gerar receita, tornando o investimento rentável: eventos e os diversos restaurantes do hotel. A torre corporativa do empreendimento, de acordo com ele, já está totalmente vendida.

Fonte: Gazeta do Povo 



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