sexta-feira, 30 de agosto de 2013

BIM promete economia de 20% na obra

André Rodrigues/ Gazeta do Povo / O engenheiro Tiago  Francisco Campestrini e Everton Souza, que o auxilia no cadastro das informações. Na obra, modelo no computador ajuda a prever incompatibilidades
O engenheiro Tiago Francisco Campestrini e Everton Souza, que o auxilia no cadastro das informações. Na obra, modelo no computador ajuda a prever incompatibilidades
Uso de sistemas de computador que integra todas as informações referentes à construção ainda é incipiente no Brasil e depende de mudança cultural no canteiro de obras

Uma forma eficiente que diminui desperdício de material, reduz o tempo de obra parada e aumenta a qualidade das construções. É dessa forma de os especialistas resumem a tecnologia BIM (sigla em inglês e modelagem da informação da construção, em português). A tecnologia consiste em uma série de programas de computador que são capazes que reunir informações de todos os projetos que compõem a obra e fazem essas concepções conversarem entre si, apresentando um projeto de como a construção deve ficar.
O modelo integrado facilita o planejamento da obra, permite observar incompatibilidades entre os projetos antecipadamente e garante um banco de dados generoso com informações sobre o empreendimento. “Esse sistema promove e exige uma mudança cultural no canteiro de obras. Todos os envolvidos, desde o construtor e o fornecedor, vão trabalhar com um mesmo sistema. Cada dimensão da obra, desde quem vende os tijolos, instala o elevador ou as janelas, vai estar junta e será capaz de promover uma nova forma de entender o edifício”, explica Sérgio Scheer, professor de engenharia da Universidade Federal do Paraná.
De acordo com Tiago Francisco Campestrini, engenheiro civil e sócio da Campestrini Tecnologia, esse método pode trazer ganhos consideráveis em diferentes áreas durante a fase de projeto e de execução dos empreendimentos. “O BIM é utilizado para a gestão dos empreendimentos, podendo ser modelado para atender a todas as fases do ciclo de vida de uma edificação, concepção, projeto, execução, uso e pós-uso. Com a eficiência maximizada, o BIM reduz o desperdício de materiais e de homens-hora, por exemplo, em até 20% do valor total do empreendimento”, explica.
O maior desafio é que todos os envolvidos na obra terão de trabalhar de forma colaborativa, coletando informações diárias sobre o empreendimento. “O projetista, o fornecedor e o trabalhador que está no canteiro. Todos terão de alimentar esse sistema com informações detalhadas sobre o andamento da obra. Quantos dias a obra ficou parada, quanto material faltou, que tipo de material foi usado, quanto estoque ainda resta. No Brasil, ainda não estamos acostumados a ter informações concretas sobre as obras, para poder usar esses dados e descobrir quais são os gargalos”, comenta Campestrini.
Facilidade

Esse tipo de plataforma vem sendo desenvolvida desde a década de 1970. Mas há pouco tempo, era difícil aplicar o sistema porque exigia computadores muito eficientes, portanto, caros. Com o barateamento dos artigos eletrônicos, a tecnologia BIM começa a ser mais viável para pequenas e médias empresas. “É preciso um investimento de cerca de R$ 25 mil, para software mais simples do BIM, mais os custos com um bom computador, que sustente o sistema”, calcula Campestrini.
Fonte: Gazeta do Povo

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