segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Maquete ajuda a vender imóvel

Miniaturas que replicam o empreendimento com todos os detalhes influem na decisão de compra

Quem visita um plantão de vendas costuma perder um bom tempo admirando as maquetes sob todos os ângulos. O fascínio se justifica: ali estão reproduzidos todos os itens de um empreendimento que ainda não existe. Há quem se debruce para olhar através das minúsculas janelas. Não raro os interessados mexem nos bonecos, árvores e carrinhos, que lembram brinquedos da infância – nesse caso, porém, trata-se de negócio de adulto.
A demanda pela fabricação das miniaturas de prédios reflete o comportamento de um mercado de grandes proporções. Em um período com grande oferta de lançamentos e também de imóveis prontos, as maquetes são um forte apelo de vendas. Junto com o apartamento decorado, a réplica tem papel importante no quesito convencimento do comprador do imóvel na planta, pois materializa o projeto diante dos olhos do interessado.

Escala
A peça geralmente é construída na escala de 1:43, uma das mais usadas pelo mercado. Nessa proporção, a maquete dá uma noção bastante clara de como será a edificação, levando em conta as áreas comuns, a implantação no terreno e a relação com o entorno.
“Ela é essencial para a venda do empreendimento, pois ajuda o comprador a entender como vai ser, de fato, o local onde vai morar ou trabalhar”, explica Alexandre Gross, proprietário da Réplica Maquetes, de Curitiba. A empresa produz o material há 26 anos para diversos clientes – a maioria, empresas da construção civil.
”A planta, a ilustração da fachada e o projeto em 3D no computador ajudam, mas é com a maquete que as pessoas conseguem ter a sensação de estar no imóvel. Elas se imaginam ali”, observa Gross.
Impactante
Fábio Fogassa, diretor da Adhemir Fogassa Maquetes, de São Paulo, ressalta a comparação. “Quando vamos comprar o lugar para morar e vemos apenas o terreno, fica difícil imaginar como será. A maquete torna essa experiência impactante e real”, comenta.
Para criar essa sensação, detalhamento é o segredo do negócio. A construtora envia todos os projetos para a empresa que fará as maquetes. Cada item do empreendimento deve ser retratado com minúcia, incluindo os móveis da área comum, o tipo de planta no jardim, as cores da fachada e o material de sacadas, janelas e portas.
“Recebemos a descrição do cliente e reproduzimos manualmente cada peça. Quem vê a maquete pode ter certeza que vai encontrar aqueles detalhes quando a obra estiver pronta”, exemplifica Alexandre Gross.
Passo a passo da produção
Vários materiais são usados para a confecção das miniaturas. Acrílico, madeira, resina, vidro, tinta e cola são essenciais. Na empresa Réplica Maquetes, o projeto arquitetônico é planificado e os detalhes das faces dos edifícios, como janelas e sacadas, são impressos e cortados em chapas de acrílico transparente. As placas recebem tinta automotiva, que reproduz com maior fidelidade as cores usadas nos revestimentos da construção, e também tem maior durabilidade. Depois de montadas em uma base, as placas recebem detalhes como plantas, mobiliário, muros, entradas de carro, calçadas e garagem – tudo feito à mão.
O investimento depende do tamanho da maquete. As menores custam a partir de R$ 5 mil e as maiores, com mais itens e especificações, ficam em torno de R$ 30 mil. A quantidade de pessoas que atua na produção também influencia o preço e o prazo de entrega. “Um modelo de prédio de 20 andares em um terreno de 1.500 m², representado na escala de 1:55, leva em torno de 15 dias para ficar pronto, com 11 pessoas trabalhando”, diz Fábio Fogassa, da empresa paulista Adhemir Fogassa.
Atraentes
Miniaturas ganham automação e interatividade
As maquetes trazem elementos que humanizam o projeto: gente passeando com o cachorro, crianças brincando no parquinho, pedestres na calçada e casais de mãos dadas. Essas peças ajudam os interessados a soltar a imaginação e sentir como seria viver naquele local, explica o diretor da empresa Adhemir Fogassa Maquetes, Fábio Fogassa.
Luz por controle
Para conquistar ainda mais os clientes, as maquetes estão ganhando novos elementos e automação. “Fizemos recentemente um modelo com controle acionado pelo tablet do corretor. Ele acende a luz do apartamento no qual comprador está interessado”, comenta Alexandre Gross, da Réplica Maquetes.
De acordo com o maquetista, a tendência é incorporar esses itens a todas as réplicas em curto prazo. “Os compradores de imóveis já são de uma geração que quer esse tipo de efeito. As maquetes têm de acompanhar a evolução tecnológica”, explica.
Experiência
Objetos em movimento, como carros acionados por controle remoto, iluminação ativada em tela touch screen e novos recursos em paisagismo tornam as maquetes interativas e cada vez mais próximas da realidade. “A automação potencializa a experiência de se imaginar no empreendimento”, complementa Fábio Fogassa. De acordo com ele, detalhes como simular o vapor de uma piscina aquecida com um vidro embaçado ou deixar a miniatura de uma TV ligada, criam mais identidade com o observador.
1:43
É a escala mais utilizada para reprodução de um empreendimento em maquete. Nessa proporção todos os detalhes podem ser visualizados, reproduzindo minúcias como mobiliário da área comum, cores, materiais e paisagismo.
“A confecção da maquete não é um processo industrial. Ela é construída artesanalmente com muita atenção, pois estamos replicando, em tamanho menor, o sonho da casa própria, onde as pessoas vão viver.”
Alexandre Gross, proprietário da Réplica Maquetes.

Fonte: Gazeta do Povo 

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