quarta-feira, 3 de abril de 2013

Alta no preço dos imóveis residenciais desacelera para 3% em 2012, diz BC


Depois da alta súbita verificada entre 2007 e 2010, a valorização anual dos preços dos imóveis residenciais no Brasil --que chegou a 20% ao ano-- despencou para 3% no fim de 2012 e, segundo o diretor de fiscalização do BC (Banco Central), Anthero Meirelles, deverá se estabilizar em torno desse patamar.
Apesar da forte queda no percentual de valorização dos imóveis, Meirelles nega que o país tenha vivido uma bolha imobiliária que agora estourou. "Bolha, quando estoura, o valor vai lá embaixo. Os imóveis no Brasil continuam se valorizando, mas a uma taxa mais razoável", disse. "Não temos elementos que caracterizam uma bolha."
Para o diretor, o mercado se "reequilibrou" e não há mais uma pressão exagerada --que poderia representar riscos para o sistema financeiro se fosse mantida, diz.
Ainda assim, esse mercado passou a ser acompanhado mais de perto pelo BC. Para isso, a instituição criou o IVG-R (índice de valores de garantia dos imóveis residenciais financiados). O objetivo é, a partir do valores dos imóveis dados como garantia nos financiamentos habitacionais, acompanhar a tendência dos preços do segmento.
O indicador foi incluído no relatório de estabilidade financeira referente ao segundo semestre de 2012 divulgado nesta quarta-feira (3) pelo BC.

BOOM

Segundo Meirelles, o que sustentou o forte crescimento registrado entre 2007 e 2010 foi o aumento da renda e a adoção de instrumentos legais que permitem recuperação mais fácil do imóvel em caso de calote nos financiamentos.
No período, a valorização anual dos imóveis residências financiados dobrou, passando de cerca de 10% para 20%. De acordo com os números apresentados pelo BC, essa tendência foi a mesma verificada entre 2005 e 2007.

EQUILÍBRIO

Em 2011, a valorização dos imóveis residenciais recuou, batendo em 3% ao ano, no fim do ano passado. "Se a valorização se mantivesse em 20% [ao ano] por muito tempo seria difícil de sustentar", disse o diretor.
Mas ele acredita que o mercado imobiliário vive uma nova etapa no ciclo de crescimento. "Houve aumento da oferta de imóveis, a demanda começou a ser preenchida e começa a se equilibrar. Numa bolha, o mercado não encontra esse equilíbrio."

Fonte: Folha de S. Paulo 

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