segunda-feira, 15 de abril de 2013

Construir imóveis para uma cidade melhor

A preocupação em integrar empreendimentos e bairros já é uma realidade.
Mais do que um apartamento com toda tecnologia e conforto, as pessoas também buscam viver em uma cidade melhor. Os conceitos de sustentabilidade, integração, podem ir além da área em que está inserida o imóvel e é aí que as incorporadoras desempenham um papel fundamental. Conversamos com Rafael Rossi, fundador da Huma Desenvolvimento Imobiliário, que está colocando em prática um conceito ousado: melhorar a qualidade arquitetônica e urbanística da cidade, além da integração com o entorno e meio ambiente. 
Integrar empreendimentos com os bairros, com o intuito de melhorar a cidade traz uma nova dinâmica para o mercado da construção civil. Como você avalia o panorama da construção civil atual que leva a empresa apostar em novos conceitos?
Em um mercado como a construção civil, nem todos os lançamentos tem venda acirrada. Alguns são vendidos rapidamente, outros têm um ritmo normal de vendas. Destaca-se quem busca diferenciais nos menores detalhes, quem tiver um produto melhor e é isso que uma empresa do segmento deve buscar. Por isso, acredito sim que o mercado deve buscar novos conceitos para a moradia das pessoas, com personalidade, assim como já observamos em outros segmentos.
Qual a importância da escolha estratégica de terrenos nas diferentes localidades para que este conceito possa ser aplicado com eficácia? Que fatores são levados em conta?
Ao eleger regiões valorizadas para a construção de um empreendimento, investimentos como marketing, comissão do corretor de imóveis, terrenos e obra são quesitos que compõem o custo de um apartamento. Nesta composição de custos, os dois itens mais importantes são o terreno e a obra. Quando elencamos regiões valorizadas, para construção, a escolha também é direcionada pelo valor destes terrenos. Também observamos detalhes como valorização da região e se há um grande índice de vendas de imóveis na localidade.
Criar uma identidade em que os empreendimentos tem o intuito de resgatar o orgulho do habitante, também inclui uma mudança cultural no mercado. Em sua opinião, o setor está se mostrando aberto para novas ações nesse sentido? Por que?
Analiso que o setor nunca se preocupou muito com isso. As pessoas querem morar em um bairro que tem vida, onde moram, trabalham e também possam se divertir. As mudanças estão ocorrendo timidamente. Uma incorporadora pode não mudar o mundo, mas plantar uma semente para que haja melhorias em seu meio. Por isso buscamos inovar nos conceitos em cada empreendimento, onde as estratégias envolvem eliminar a grade, o muro que separa o empreendimento da rua, aliando construção de jardins e grandes espaços. Afinal, se o entorno for valorizado, o morador também ganha com isso.
Não apenas os empreendimentos devem ser bons do muro para fora. A atitude dos moradores também contribuem para uma cidade melhor. Que estratégias podem potencializar a conscientização dos moradores ?
Em um dos empreendimentos, o morador não apenas tem acesso a um bicicletário como também cada proprietário é contemplado com uma bicicleta. Nosso objetivo é oferecer alternativas viáveis, além de automóveis e incentivando um novo hábito em cada morador. Esta é uma alternativa para que diminua, por exemplo, emissão de CO2, congestionamentos,além de incutir um hábito saudável para estes habitantes. 
Também buscamos promover encontros que estão ocorrendo neste mês de abril com o intuito de reunir empreendedores, arquitetos, urbanistas, artistas, jornalistas para refletir sobre novos procedimentos e parâmetros de ação na cidade e as intersecções entre o pensamento urbanístico contemporâneo, o mercado imobiliário, o setor público e sociedade civil. São pequenas ações que podem contribuir para um crescimento sustentável,onde todos podem fazer a sua parte.
Segundo o especialista em mercado de terrenos, Gustavo Feola, um dos pontos mais importantes quando o incorporador analisa uma área é a localização do terreno: se está próximo a pontos comerciais interessantes, bons acessos, metrôs ou avenidas de fluxo que também são atrativos para empreendimentos de classe média e média alta. Outro ponto importante é a demanda reprimida na região e se existem compradores para aquele perfil naquele local. Por isso sempreé feita uma pesquisa de mercado com empresas especializadas ou imobiliárias focadas em lançamentos para ver quais produtos e como foram as vendas naquele local.
Outro ponto que é analisado é o fator de analise econômica/técnica no local. Muitas vezes, um terreno está com um preço aparentemente alto do que um terreno próximo. Porém se o zoneamento neste local é melhor que o outro, se colocado em números, refletirá em um melhor resultado.
 Fonte: RedImob

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