segunda-feira, 8 de abril de 2013

De gota em gota

Problema que tira o sono do morador pode causar danos à estrutura do imóvel

Albari Rosa/ Gazeta do Povo / A engenheira Fabiana Mazetto mostra o estrago causado pela infiltração: corrigir a falha a tempo, com profissionais da área, é a receita

A engenheira Fabiana Mazetto mostra o estrago causado pela infiltração: corrigir a falha a tempo, com profissionais da área, é a receita
Uma mancha escura no teto ou no canto da parede é o primeiro sinal de alerta. Ela pode indicar a existência de infiltração – dor de cabeça para o morador que, assim como doenças não tratadas nos sintomas iniciais, se transforma em um grande problema se não for tratada adequadamente.
Além do aspecto feio nas paredes, o constante escorrer de água dentro do imóvel pode causar danos à estrutura. Em grande proporções, a infiltração corrói armaduras de ferro instaladas em pilares, causa desplacamentos em revestimentos e também fissuras no concreto.
Um dos problemas de maior incidência nas construções, o pinga-pinga também é dos que mais geram incômodo. Se uma fissura ou rachadura podem passar despercebidas, a infiltração se faz bem presente no visual do imóvel – e ainda no bolso e na paciência do morador. “Imagine uma goteira constante no piso da cozinha, ou na garagem, bem em cima do seu carro”, comenta a engenheira Fabiana Mazetto, da Estruktor Construções. “A infiltração gera problemas estéticos, estruturais, emocionais, financeiros e também de saúde do usuário”, diz.
Quando a água passa pelos elementos da construção sem estar corretamente acondicionada, fluindo somente dentro da canalização, está aberta a porta para a infiltração. A qualidade e correta instalação do encanamento são fundamentais. Já as lajes do imóvel, que recebem a incidência direta da chuva, devem ser impermeabilizadas, impedindo a absorção da água.
Porosidade
A engenheira explica que muitos materiais usados na construção são porosos. “Em maior ou menor proporção eles apresentam porosidade, e onde tem poro, acontece a passagem de gases e líquidos. Aí é que inicia o processo de infiltração”, observa. Mesmo o concreto, material mais utilizado na construção civil, é poroso, apesar de não aparecer a olho nu. Revestimentos cerâmicos e seu rejuntamento também têm pequeno grau de porosidade. “Se não houver precaução, sempre vai haver infiltração”, afirma Fabiana.
O que fazer ao constatar o problema? Ela indica a contratação de um profissional – engenheiro, arquiteto ou tecnólogo – que possa diagnosticar a causa. “A maior dificuldade é avaliar de onde está vindo a água que gera a infiltração”, comenta Fabiana. Um profissional sabe descobrir a origem da mancha, ou da goteira, e especificar a melhor forma de impermeabilização da área. “Ele vai verificar interferências no local, custos e viabilidade. Depois disso é que se contrata uma empresa para executar o serviço”, orienta.
No início
Veja quais são os primeiros sinais de infiltração
- Umidade na estrutura
- Formação de fungos
- Empolamento da tinta – aumento do volume ou formação de bolhas
- Desagregação do revestimento
- Eflorescências – depósitos cristalinos de cor branca que surgem na superfície dos revestimentos pela evaporação de soluções aquosas salinizadas
- Corrosão
Prevenção
Impermeabilização correta deve ser feita em todos os cômodos do imóvel e não se pode esquecer da manutenção periódica

Vedação
É melhor fazer na obra, pois reforma custa caro
De acordo com o engenheiro Claudio Slosaski, da Checkup Engenharia Diagnóstica, a impermeabilização deve ser projetada junto com a obra para evitar danos e gastos posteriores. “O processo de impermeabilização tem regras técnicas rigorosas, que não podem ser negligenciadas. Se o imóvel está sendo construído, deve-se avaliar se existe esse projeto. É a garantia de correção de uma possível falha no processo construtivo”, diz. De acordo com o engenheiro, uma impermeabilização bem feita tem vida útil de no mínimo 20 anos, exigindo apenas manutenção. Vale a pena investir na técnica correta, pois o reparo de danos causados pela infiltração varia consideravelmente – se a impermeabilização não foi feita durante a construção, o custo da obra pode chegar a 20% do valor do imóvel, diz a engenheira Fabiana Mazetto. (TB)

Fonte: Gazeta do Povo 

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