segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Edifícios redesenham perfil para atender novos hábitos

O jeito de viver e morar está em plena transformação. Os condomínios se abrem à cidade, derrubando os muros e se relacionando com o entorno. Em unidades cada vez mais enxutas, as áreas envidraçadas procuram ampliar a sensação espacial.

Os serviços, no prédio, ficam parecidos com os de hotéis e flats, ofertados no sistema "pay-per-use", quando o cliente paga por aquilo que utiliza. E a área de lazer migra para dentro do prédio.
Esses elementos refletem mudanças no perfil e nos hábitos do brasileiro.


O aumento da expectativa de vida, a diminuição das famílias, a classe média em expansão e o crédito farto ao consumo, associado à taxa de juros menores, são alguns dos fatores que ditam os rumos do mercado imobiliário.
À indústria cabe olhar para o futuro e antecipar as funcionalidades de condomínios, plantas e utilidades da casa. Ou seja, inovar --encurtar os ciclos e tornar apetitosos novos produtos.
"Os apartamentos estão menores, com áreas de convívio maior no condomínio. O desafio cresce para a arquitetura de interiores e equipamentos", diz o designer Marcelo Rosembaum.
Na própria unidade, as cozinhas e as varandas gourmets estão mais integradas ao restante da casa e funcionam como um espaço social. "Os hábitos mudam com a violência, as leis seca e antifumo. As pessoas estão mais em casa", diz Mario Fioretti, diretor de design e inovação da Whirlpool Latin America, dona da Brastemp e Cônsul.
Segundo ele, a tendência são casas mais conectadas. "Caminhamos para a casa dos Jetsons [o desenho animado futurista de Hanna-Barbera], mas para uma casa inteligente e funcional, com foco no que se precisa."
Segundo Fioretti, gerenciar inovação é lidar com a expectativa do consumidor, que espera pelo novo, e com as estratégias da indústria, "que não mudam em seis meses".
No caso da indústria da construção, questões específicas do setor, como alto custo e escassez de terrenos em regiões mais centrais, têm ditado o rumo das novidades.
"Na arquitetura, a inovação é um processo muito lento. Mas devemos construir edifícios mais eficientes, não apenas para os moradores, pois os gases poluentes afetam a todos", diz o italiano Mario Cucinella (leia na pág. 10).
Outra questão ligada à qualidade de vida é a mobilidade. O comprador de imóvel tem refinado a busca para morar perto do trabalho. Esse é o apelo dos complexos multiúsos, que oferecem moradia, trabalho, comércio e lazer em um mesmo local.

Fonte: Folha de S. Paulo 

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